3 de maio: Em tempo de pandemia, “aprender como é uma peregrinação em estado puro, com o coração”
O dia 13 de maio é uma data forte em Portugal e no Brasil, por conta da celebração do Dia de Nossa Senhora de Fátima. A expressão devocional dos povos desses dois países, entretanto, durante o tempo de pandemia, ganhou nova forma. Em Portugal, o bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, afirmou na missa na manhã de hoje que o tempo de pandemia possibilita aprender “como é uma peregrinação em estado puro”.
Dom António Marto recordou, diante de poucas dezenas de colaboradores do Santuário, que, pela primeira vez na história, se celebra a peregrinação sem uma multidão, devido aos riscos da saúde pública relacionados ao novo coronavírus. “Talvez estejamos todos a aprender como é uma peregrinação em estado puro, o peregrinar com o coração, a peregrinação interior no percurso mais íntimo da nossa vida, com a companhia espiritual da mãe celeste, que leva cada um a encontrar-se com Deus santo e misericordioso”, acrescentou.
Em sua homilia, o bispo português sublinhou a motivação da Palavra de Deus a atualizar a mensagem de Fátima de esperança e de paz e do apelo à conversão: “é possível recomeçar, com esperança”, destacou. “De fato, a luz da fé ajuda-nos a ver o lado positivo das crises, das noites escuras, porque nos diz que também nessas noites há estrelas de referência”, disse o cardeal Marto.
Do contexto atual, dom António também sugeriu reflexões, uma vez que até pouco tempo o mundo vivia “com uma confiança imensa no poder cientifico-técnico, no poder econômico-financeiro, pensando que estaríamos, porventura, imunes a qualquer epidemia ou, se ela viesse, logo se encontraria uma solução rápida”. Esta realidade exige, segundo o cardeal, “uma reflexão interior, espiritual e também a abertura do nosso coração a Deus, tão esquecido, ignorado, marginalizado”. A pandemia, continuou, “é um chamamento à conversão espiritual mais em profundidade”.
Ao final, também se dirigindo a Nossa Senhora, disse:
“Querida Mãe, queremos agradecer-te esta peregrinação interior, a luz, a esperança, a consolação e a paz de Cristo que levas às nossas casas e aos nossos corações. Hoje fazes tu o caminho da ida; o caminho da volta fá-lo-emos nós, quando superarmos esta ameaça que no-lo impede. Voltaremos, sim, voltaremos! É a nossa confiança e nosso compromisso, hoje. Voltaremos juntos aqui, em ação de graças, para te cantar: ‘aqui vimos, mãe querida, consagrar-te o nosso amor’!”.
Fonte: Portal CNBB