“Recebestes de graça, dai de graça” (Mt. 10, 8)

       “Recebestes de graça, dai de graça” (Mt. 10, 8)

          Com este lema generoso e altruísta, que procede do próprio Jesus, o Papa Francisco nos presenteia a mensagem do XXVII Dia Mundial do Doente, celebrado, neste ano, em Calcutá, na Índia. Inspirado no lema e lembrando São Paulo, o Papa chama a atenção que a vida é dom e dádiva, e que o cuidado dos doentes precisa de profissionalismo e ternura, gratuidade e doação.

            Por isso, a saúde não pode ser considerada mercadoria, mera possessão ou propriedade privada de quem possa usufruir as conquistas da medicina e das biotecnologias. Pensar, assim, seria sucumbir novamente à tentação de manipular a “árvore da vida”, usando do biopoder como moeda de dominação.

            Contra a cultura do descarte e da indiferença, nos diz o Papa, há de se afirmar a cultura do dom como paradigma capaz de desafiar e superar o individualismo e a fragmentação social dos nossos dias. Dentro dessa perspectiva de humanização integral da saúde, a partir do dom que gera vínculos de cooperação e fraternidade, de reconhecimento e reciprocidade, é possível um crescimento virtuoso e solidário, porque todos somos capazes de cuidarmos uns dos outros.

          A seguir, o Papa Francisco destaca, como figura emblemática do cuidado e da generosidade, a Madre Santa Teresa de Calcutá. Sua obra foi incansável em favor dos moribundos e nascituros abandonados como lixo, aos que dedicou carinho e revelou o rosto bondoso e compassivo do Pai das misericórdias.

          Imitando esta Santa, fonte de alegria e esperança para os que atendem os doentes, descobrimos como um poderoso fermento, que nos convoca e incentiva à ação, à gratuidade, que converte nossa vida em oferecimento generoso e samaritano. O voluntário, na saúde, afirma o Pontífice, é um amigo desinteressado, excelente ouvinte, testemunha de valores e de um estilo de vida que contagia e atrai levando o paciente a retomar, com coragem, o protagonismo e o cuidado com sua vida.

           Que Maria Santíssima Salus Infirmorum, Saúde dos doentes, nos ajude a sermos compartilhadores dos dons recebidos e nos tornarmos, como Santa Teresa de Calcutá, sinais da gratuidade e misericórdia do Reino. Deus seja louvado!

+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano de Campos

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