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Direitos para os mais pobres

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano de Campos (RJ)

No dia 10 de dezembro, comemoramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, há mais de 70 anos proclamados. Neste ano 2021, vai se retomar o foco da OPAS (Organização Pan-americana da Saúde) que tratou, no dia de Combate à AIDS, das desigualdades que discriminam pessoas e minorias.

O Papa Francisco, no nº 22, da Encíclica Fratelli Tutti, chama a atenção para os Direitos Humanos que não são suficientemente universais. Denúncia a persistência de inúmeras formas de injustiça, alimentadas por visões antropológicas redutíveis e por um modelo fundado no lucro que não hesita em explorar, descartar e até matar o homem.

Embora a comunidade internacional tenha firmado numerosos acordos para terminar com o trabalho forçado e semi-escravo, ainda milhões de crianças, homens e mulheres, são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes à escravatura. Lembrando que o tráfico de pessoas seja, para a exploração sexual ou para o uso de mão de obra, submetido a tratamentos infra-humanos, constitui um dos negócios mais rentáveis e tolerados pelos governos.

Consideremos, ainda, a assimetria perversa e estruturalmente injusta com que são tratados os descendentes de africanos e as mulheres, em termos de salários, chefias ou acesso inclusive aos bens culturais. Se queremos paz e um desenvolvimento equitativo e sustentável para todas as idades, gerações, raças e etnias, não podemos fechar os olhos e manter as aparências de uma legalidade que não apura ou leva a sério as inúmeras transgressões dos direitos humanos contra os mais indefesos e pequenos.

Torna-se necessária uma rede protetora Internacional, e também local, que fiscalize e extinga as organizações criminosas que lucram com o sangue humano e mercantilizam a vida condenando os mais pobres à condição de párias descartáveis, sem direitos. Que o Deus da Vida e da Justiça maior do Reino nos impulsione a assumir a causa dos Direitos Humanos para todas as pessoas. Deus seja louvado!

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