Salvar as florestas, um ato de sabedoria amorosa
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz (Bispo Diocesano de Campos – RJ)
Neste domingo, 17 de julho, celebramos o dia mundial de proteção às florestas, num contexto de preocupação e de sérias interrogantes sobre o futuro e nossa sobrevivência. Quando renunciamos a nossa missão de guardiães e jardineiros da Terra, colocamos em risco a vida no planeta. É pena, pois o próprio hino brasileiro nos lembrava que nossos bosques têm mais vida, fazendo alusão à biodiversidade de nossos biomas e florestas, à exuberância das matas e à beleza das espécies nativas.
Aqueles cuidados, que a legislação pátria tinha prescrito para o replantio e reflorestamento, tem sido esquecidos e escandalosamente transgredidos. O desmatamento, as queimadas, e a opção por um avanço descontrolado pelo agronegócio, atinge profundamente o equilíbrio ambiental, acelerando o aquecimento global, e gerando toda série de transtornos e desastres climáticos.
Por isso, a necessidade de engenheiros florestais, conscientes e zelosos, dando suporte aos povos indígenas e nativos, em uma aliança pela vida e cuidado da Criação que, como mãe, tem capacidade de alimentar a todos(as), mas, como dizia bem Mahatma Gandhi, não a todas as ambições desmedidas de poucos. Não nos conformemos de ficar sem a sombra amiga e o conforto que nos oferecem nossas irmãs árvores, sem o ar puro que respiramos, sem a cura benéfica da vegetação nativa, verdadeira farmácia natural.
Cada bosque ou floresta salva significa gerar esperança, sanar a Terra, dar beleza ao mundo, para que, seguindo as orientações da Laudato Si, e a Carta da Terra, possamos ser artífices e construtores de uma ecologia integral, que nos ajude a vivenciar e testemunhar a nossa florestania (cidadania em comunhão com as criaturas e biomas), a defesa dos direitos da Natureza, de ser protegida contra as agressões do extrativismo predatório e ganancioso. Deus seja louvado!