CHESTERTON
Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo Metropolitano de Niterói
Chesterton foi um homem de 1,93m e 130 kg. Sua circunferência deu origem a muitas anedotas. Por exemplo, a da senhora, na Primeira Grande Guerra, que perguntou por que ele não estava na frente de batalha? Ele respondeu: “Se a senhora der a volta por mim, verá que estou lá”.
- K. Chesterton nasceu em Londres em 1874. Durante a vida toda, foi um jornalista bem humorado; só se mostrava sério em dois assuntos: política e religião. Converteu-se ao catolicismo romano em 1922. E escreveu, muito!
Foram cerca de 80 livros, centenas de poemas, 200 contos, 4000 ensaios, e várias peças de teatro. Foi crítico literário e social, historiador, novelista, teólogo, apologista e debatedor. Assinou colunas em vários jornais, e artigos para a Encyclopædia Britannica. O detetive Padre Brown, que faz sucesso em minisséries, é seu personagem mais conhecido: apareceu em histórias curtas e divertidas, com o objetivo de mostrar que um padre aparentemente simplista era mais inteligente que a sofisticada máquina policial.
Chesterton foi um cristão convicto e, melhor ainda, inteligente. Temas e simbolismos cristãos aparecem em grande parte de seus escritos, que foram muitos, sempre com muito bom-senso e bom humor.
Bom humor e bom-senso não deixam de ser perigosos, a começar de quem os maneja. O bom-senso nos ensina, de forma concreta e infalível, que o Sol gira ao redor da Terra, que o avião não pode ser mais pesado que o ar, que átomos invisíveis não existem, e por aí a fora. Chesterton, ao contrário, brandiu o bom-senso como uma espada em defesa das mais altas ideias.
A vida toda, perseguiu o mistério invisível e impossível. Essa impossibilidade era, para ele, a própria chave do mistério, sempre atemporal e sempre presente.
Hoje nos falta homens assim: com a clareza de um Chesterton.
Dom José Francisco – Arcebispo de Niterói