Pontos de reflexão para o discernimento dos candidatos

 

Pontos de reflexão para o discernimento dos candidatos

 

Oferecemos textos da Doutrina Social da Igreja extraídos do Compêndio da Doutrina Social e do Magistério Social dos Papas, sobre temas que estão presentes no debate atual nestas eleições.

 

  1. Desarmamento – “A postura dos Estados que aplicando severos controles sobre a transferência internacional de armamentos pesados, mas não preveem, ou tão somente em raras ocasiões, restrições sobre o comércio das armas leves e individuais, é uma contradição inaceitável. É indispensável e urgente que os governos adotem regras adequadas para controlar a produção o acúmulo, a venda e o tráfico de tais armas “. CDSI nº 511.
  2. Tortura – ” No curso das investigações deve ser escrupulosamente observada a regra que interdita a prática da tortura: O discípulo de Cristo rejeita todo recurso a tais meios, de modo algum justificável  e no qual a dignidade do homem é aviltada tanto naquele que é espancado quanto no seu algoz, (São João Paulo II, 27/06/1982). Os instrumentos jurídicos internacionais referentes aos direitos do homem indicam a proibição da tortura como um princípio que em circunstância alguma se pode derrogar”. CDSI n  404.
  3. Penas – “A pena não serve unicamente para o fim de defender a ordem pública e de garantir a segurança das pessoas; esta torna-se ainda, um instrumento de correção do culpado, uma correção que assume também o valor moral de expiação, quando o culpado aceita voluntariamente a sua pena. A finalidade à qual há de tender é dúplice: de um lado, deve favorecer a reinserção das pessoas condenadas; de outro, promover uma justiça reconciliadora, capaz de restaurar as relações de convivência harmonioso quebrantadas pelo ato criminoso”. CDSI n º 403.
  4. Terras indígenas – “Uma atenção especial merece a relação especial que os Povos indígenas mantêm com sua terra e seus recursos: trata-se de uma expressão fundamental de sua identidade. Os direitos dos povos indígenas devem ser oportunamente tutelados. Estes povos oferecem um exemplo de vida em harmonia com o meio ambiente que eles aprenderam a conhecer e preservar “. CDSI n º 471
  5. Racismo – ” Carece, por tanto, de fundamento toda a teoria ou modo de procedem que introduziu entre as pessoas ou entre os Povos qualquer discriminação quanto à  dignidade e aos direitos que dela derivam. A Igreja reprova, por isso, como contrária ao espírito de Cristo, toda e qualquer discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor, condição ou religião “. Nostra Aetate n º 5.
  6. Igualdade de direitos trabalhistas da mulher – “Urge conseguir onde quer que seja a igualdade efetiva dos direitos da pessoa e, por tanto, idêntica retribuição salarial por categoria de trabalho, tutela da mãe trabalhadora, justa promoção na carreira, igualdade dos cônjuges no direito de família, o reconhecimento de tudo quanto está ligado aos direitos e aos deveres do cidadãos num regime democrático.”. Carta as Mulheres, n º4 , Papa São João Paulo II, 29/07/1995.
  7. Venerar o direito à vida – ” Ora, a inviolabilidade da pessoa, reflexão da inviolabilidade absoluta do próprio Deus, tem a sua primeira e fundamental expressão na inviolabilidade da vida humana. É totalmente falsa e ilusória a defesa, que aliás justamente se faz, dos direitos humanos, como por exemplo, o direito a saúde, a casa, ao trabalho, se não se defende com a máxima energia o direito à vida, como primeiro e frontal direito, condição de todos os outros direitos da pessoa “. Cristifidelis Laici n º 38.
  8. Família – ” A família constitui, mais do que uma unidade jurídica, social e econômica, uma comunidade de amor e solidariedade, insubstituível para o ensino e transmissão de valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosas, essenciais para o desenvolvimento e o bem estar dos próprios membros da sociedade “. CDSI n º 229.
  9. Dignidade e libertação da mulher – “A este respeito, não posso deixar de manifestar a minha admiração pelas mulheres de boa vontade que se dedicaram a defender a dignidade da condição feminina, através da conquista de direitos fundamentais sociais, econômicos e políticos, e assumindo corajosamente tal iniciativa em épocas em que seu empenho era considerado um ato de transgressão, um sinal de falta de feminilidade, uma manifestação de exibicionismo, e tal vez um pecado! Como escrevi na mensagem  para o Dia Mundial da Paz, deste ano, ao contemplar este grande processo de libertação da mulher, pode-se dizer que foi um caminho difícil e complexo e por vezes, não isento de erros, mas substancialmente positivo, apesar de ainda incompleto devido a tantos obstáculos que, em diversas partes do mundo , se interpõem não deixando que a mulher seja reconhecida, respeitada, valorizada na sua peculiar dignidade”. Carta do Papa São João Paulo II às mulheres n º 6.
  10. Discernimento sobre o socialismo – “Entre os diversos escalões de expressão do socialismo, uma aspiração generosa e uma procura diligente de uma sociedade mais justa, movimentos históricos que tenham uma organização e uma finalidade política, ou ainda, uma ideologia que pretenda dar uma visão total e autônoma do homem, devem fazer-se distinções, Que hão de servir para guiar as opções concretas. No entanto, essas distinções não devem ir até o extremismo de considerar esses diversos escalões de expressão do socialismo como completamente separados e independentes. A ligação concreta que, conforme as circunstâncias existe entre eles, tem de ser lucidamente notada; e então, uma tal perspicácia permitirá aos cristãos estabelecer o grau de compromisso possível nessa causa, salvaguardados os valores, principalmente, de liberdade, de responsabilidade, e de abertura ao espiritual, que garantem o desabrochamento integral do homem ” Octogesima Adveniens n º 31.
  11. Discernimento sobre o capitalismo – “Neste sentido, é correto falar de luta contra um sistema econômico visto como método que assegura a prevalência absoluta do capital, da posse dos meios de produção e da terra, relativamente à livre subjetividade do homem. Nesta luta contra tal sistema, não se veja, como alternativo, o sistema socialista, que de fato não passa de um capitalismo de Estado, mas uma sociedade do trabalho livre, da  empresa e da participação. Esta não se contrapões ao livre mercado, mas requer que ele seja oportunamente controlado pelas forças sociais e estatais, de modo a garantir a satisfação das exigências fundamentais de toda a sociedade “. Centessimus Annus n º 35.
  12. Ditadura e Doutrina de Segurança Nacional – “Existem, depois, outras forças sociais e movimentos de idéias  que se opõem ao marxismo com a construção de sistemas de Segurança Nacional, visando controlar de modo capilar toda a sociedade, para tornar impossível a infiltração marxista. Exaltando e aumentando o poder do Estado, elas pretendem preservar o seu povo do comunismo; mas fazendo isso correm o grave risco de destruir aquela liberdade e aqueles valores da pessoa, em nome dos quais é preciso opor-se àquele” . Centessimus Annus n º 19.
  13. Globalização financeira e idolatria do dinheiro – “Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e as nossas sociedades. Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro (cf. Ex 32, 1-35) encontrou uma nova e cruel versão no fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano “. Evangelii Gaudium n º 55.
  14. Cuidado com a Casa Comum – “A política e a economia tendem a culpar-se mutuamente a respeito da pobreza e da degradação ambiental. Mas o que se espera é que reconheçam os seus próprios erros e encontrem formas de interação orientadas para o bem comum. Enquanto uns se preocupam apenas com o ganho econômico e os outros estão obcecados apenas por conservar ou aumentar o poder, o que nos resta são guerras ou acordos espúrios, onde o que menos interessa às duas partes é preservar o meio ambiente e cuidar dos fracos. Vale aqui também o princípio de que a unidade é superior ao conflito”. Laudato Si n º 198.
  15. Gênero – “O ensino da teoria do gênero é algo que está atomizando a família”. “A cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdade a e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão dessa diferença (homem-mulher). Por exemplo, eu me pergunto se a chamada teoria de gênero não seria também expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa a apagar a diferença sexual porque não sabe mais confrontar-se com ela. Sim, arriscamos dar um passo para trás. A remoção da diferença de fato, é o problema, não a solução ” Papa Francisco, Audiência 15 de Abril de 2015.

 

 

Dom Roberto Francisco Ferrería Paz

 

Bispo Diocesano de Campos dos Goytacases

 

Campos dos Goytacases, 03 de outubro de 2018

 

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