Advento, o tempo de redescobrir a alegria e a esperança de sermos humanos
Advento tem se afirmado muitas vezes ser mais que um simples tempo litúrgico, que nos prepara para o Natal, mas uma atitude e um estilo de vida. É ser capaz de vencer as cardiopatias espirituais que nos levam ao cansaço de viver na rotina e no automático do cotidiano, renunciando ao novo, ao inesperado enfim as surpresas de nosso Deus. Sermos capazes de olhar a vida com os olhos de um principiante, recuperando a inocência e a limpidez e pureza do coração. Tornar-se novamente criança, o que para o pintor Picasso leva muito tempo. Ser simples e criativo como São Francisco ao inventar o presépio, o grande sinal e o ponto de encontro com a humanidade de Deus.
Vivenciar talvez como nunca fizemos o amor incondicional para com todas as pessoas e todos os seres que habitam a Casa Comum. Não só desejar a paz ou falar de paz, mas ser paz para todos aqueles que encontrarmos sorrindo e abraçando como abraçaria o Pai do filho pródigo. Dar e doar-se especialmente perdoando, partilhando e sendo presença de alegria e esperança para os solitários, doentes, sofredores e pobres. Participar das festas e novenas deste tempo aprofundando a mística da encarnação, da bondade e fraternidade sem fronteiras ou exclusões.
Celebrar sempre no mistério do Deus Conosco, o valor inalienável de ser gente, de partilhar a humanidade com a consciência lúcida de sermos uma única família. Não dar apenas presentes, mas como Jesus, tornar-se um presente, uma dádiva, uma luz que conduz ao encontro fascinante com Jesus, o aniversariante e o senhor da festa. Enfim, caminhar até Belém por caminhos de justiça, misericórdia, ternura e assombro, porque testemunhamos com fé e certeza no coração que Jesus é nossa esperança e quis habitar entre nós, Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 01 de dezembro de 2024.