Celebrando o desejo de ser gente respeitada e reconhecida

Celebrando o desejo de ser gente respeitada e reconhecida

No Advento, este tempo da alegre expectativa, que prepara o nascimento de Jesus, fazemos memória da Declaração dos Direitos Humanos, que completa 70 anos de sua promulgação em São Francisco.Após o genocídio da segunda guerra mundial, os países fizeram ressoar na ONU a proposta de um novo umbral civilizatório com a necessidade de sentar bases de reconhecimento da dignidade Humana e seus direitos fundamentais.

Nasciam os chamados direitos de primeira geração que, vinculado se inerentes a cada pessoa, conseqüentemente são imprescritíveis, inalienáveis,universais e invioláveis.Fazem parte da verdade sobre a Pessoa Humana,anunciada pela Igreja, e da Boa Nova que, a partir da encarnação de Cristo,revela o valor e o destino transcendente do ser humano.

O discurso falacioso, e certamente autoritário, de desconsiderá-los, porque defendem bandidos ou criminosos é, no mínimo, culpado de legitimar a violência, sem lei e limite,que gerará sempre novos holocaustos e genocídios. Ou pensar, todavia, que não interessam ao cidadão comum, por sua apresentação por vezes formal, ignora o direito a ter direitos, e que só existe cidadão se sua pessoa é reconhecida valorizada.

Não é possível vencer o círculo de ferro da violência sem a promoção integral, indivisa e plena, dos Direitos Humanos, reconhecendo a dignidade da pessoa humana. Jesus nasce para revelar às pessoas a sua inteireza, valor, e sentido; é muito bom ser gente e humanizar-nos, faz parte de nossa missão aqui na Terra.

Ir ao encontro do Senhor, que vem para salvar,sentindo profundamente em nossos corações qualquer injustiça ou abuso cometido contra qualquer ser humano, em qualquer lugar do mundo, integra a nobreza e a autenticidade do cristão, empenhado em fazer crescer sempre o Reino da fraternidade, justiça, amor e misericórdia.

Continuemos nosso caminho a Belém por caminhos de paz, alegria e esperança, testemunhando a compaixão e bondade do Deus Menino que nasce para unir-nos em uma só família, na abundância da vida e na festa da Criação. Deus seja louvado!

+Dom Roberto Francisco Ferrería Paz

Bispo Diocesano de campos

Campos dos Goytacazes, 09 dezembro 2018.