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Comunicação para a verdade e a paz

Um dos dias mundiais de oração pela Paz, durante o pontificado de São João Paulo II, teve como lema: “Se queres paz defende a verdade”. Uma sociedade que aceite Fake News como instrumento de vencer rivais ou intimidar a opinião pública é uma ordem social fadada à destruição, à perda da confiança e da coesão mínimas que garantem uma convivialidade pacífica. O divulgador de Fake News trata de disfarçar com insultos, falas agressivas e a satanização dos outros, a falta de ética, racionalidade e argumentação. O primeiro efeito das Fake News é o de gerar trollers na política, tiranos domésticos que se impõem pela força em seus lares, e o sacrifício da própria consciência que não consegue mais acreditar no bem. Banalizar as Fake News é o mesmo que afirmar que tudo é permitido para justificar a liberdade de expressão que não teria nenhum limite e responsabilidade.

Usar de robôs para multiplicar falsidades ou desinformação que atentam contra as instituições e a própria democracia é tornar-se discípulo de Goebbels, ministro de propaganda do nazismo que, sem pudor, declarava “uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade”. José Marti, herói da independência cubana da Espanha, poeta destacado sempre ensinava: “um homem que oculta e que não diz o que pensa não é um homem honesto”. A política deve tornar-se a arte da paz e da não violência, basta, como dizia Mahatma Ghandi, a satiagraha, a força da verdade, que se expõe e se propõe, nunca se impõe. Abrir mãos de princípios e de valores fundamentais que alicerçam a dignidade da pessoa humana nos leva a falsificar as Instituições, a Democracia e as referências morais mais nobres.

A fim de contas, quem se beneficia com Fake News e outras técnicas psicológicas de terror e desinformação, considerando-as um meio válido? Grupos golpistas que nos países do terceiro mundo depuseram a governantes democráticos, racistas e oligarquias que desprezam o povo como ignorante. Que o Deus da verdade nos ajude a construir uma sociedade amável, virtuosa, dialogante e plural, que respeita as diferenças e os pensamentos divergentes como um desafio para a paz e o bem comum, sem apelar à mentira das Fake News. Deus seja louvado!

+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano de Campos

Campos dos Goytacazes, 05 de Julho de 2020.

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