O rosto da Diocese de Campos ao celebrar o Centenário
A celebração do Centenário da Diocese de Campos motiva-nos, não só a elevar as mãos ao Deus e Senhor da história, por esta caminhada de fé e de testemunho evangelizador, mas sugere, também, a pergunta pelas marcas e sinais que definem a nossa Igreja Particular. Cem anos burilaram e forjaram uma identidade eclesial com características próprias e originais. Somos uma Igreja que, com o legado dos jesuítas e dos salesianos, valoriza a educação, especialmente das crianças e dos jovens e, com o Pe. Antônio Rosário criamos muitos colégios e centros educacionais diocesanos, como o Colégio Eucarístico e outros situados em municípios próximos. Somos uma Igreja orante e missionária, que tem em Santo Amaro, da tradição beneditina, um caminho espiritual que conjuga a prece e a evangelização e, com a presença dos redentoristas, centenária também, ganhou força e expressão pastoral.
Somos uma Igreja servidora que, a partir da Obra do Santíssimo Salvador, fundada por Dom Carlos Alberto Navarro, a inspiração da feira da providência do Rio de Janeiro formatada por Dom Helder Câmara, coloca-se sempre como instrumento de promoção integral da pessoa humana e em especial dos pobres, hoje acrescentada e fortalecida com a Caritas Diocesana, e pelas pastorais sociais. Somos uma Igreja pacificadora e dialógica, que soube superar o racha interno que dividiu os campistas, vivenciando, por antecipado, o que o Papa Francisco chama de “cultura do encontro”, edificando um clero diocesano cordial, simples e próximo.
Finalmente, e não menos importante, somos uma Igreja sinodal e comunial, que desde o Primeiro Sínodo Diocesano acompanha fielmente a proposta do Papa Francisco de esperançar e samaritanizar a história humana com o protagonismo e a participação do Laicado, com o CNLB, movimentos, associações, serviços e ministérios; sendo sinal presente de uma Igreja próxima e misericordiosa, que acolhe a todos e todas e escancara as portas e os corações. Se pudemos sintetizar com os símbolos do nosso brasão, diríamos que tratamos de testemunhar uma Igreja que anuncia com fé e alegria o Santíssimo Salvador com a caridade operosa de Maria Imaculada, e em comunhão profunda e viva com todo o Povo de Deus, tornando-se esperança, companheira de caminho e servidora de toda a humanidade, e da Terra, nossa querida Casa Comum. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 04 de dezembro de 2022