Os ramos gritam: Ele vive e quer-te vivo!
Os ramos gritam: Ele vive e quer-te vivo!
O domingo de Ramos, também conhecido como domingo da Paixão, é o portal da Semana Maior, a Semana Santa. Nela, atualizamos a alegre e entusiasta entrada de Jesus, montado num jumentinho, na cidade de Jerusalém.
Entre cantos festivos de hosanas, neste cortejo popular, se destacavam os filhos de Israel, as crianças e os adolescentes, por isso, nesta celebração, nos unimos à jornada mundial de oração pelos jovens. Agitando ramos, a multidão reconhecia Jesus como Salvador, acolhendo-O com olhares de esperança, e com júbilo crescente.
No entanto, esta recepção espontânea, e viva, nos introduz já no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Percebemos o drama montado, o patíbulo preparado e, iluminados pela Palavra profética e a Narrativa da Paixão, entramos no processo e no caminho do Calvário e da Morte doloríssima de Jesus na Cruz. Muitos dos participantes desta semana, não conseguiram permanecer no entusiasmo do Domingo e passaram, como torcedores superficiais, a gritar manipulados: “tole, tole” (matai-O).
Muitas vezes, nosso cristianismo tende mais ao devocionalismo ocasional que a de seguidores convictos que se pautam pelo projeto do Reino de Jesus. Ao mesmo tempo em que participamos do culto público e da Missa dominical, desdizemos, com atos e práticas, nosso pertencimento a Cristo, faltando-nos, como afirmava o Papa Emérito Bento XVI, coerência eucarística.
Torna-se necessário articular bem o processo da nossa vida espiritual: acreditar, viver e celebrar, senão não passaremos de nos comportar como aqueles turistas ocasionais que estavam em Jerusalém, mas não assumiram o desafio de acompanhar, como Maria, nossa Mãe, e João, o discípulo amado, a Jesus ao pé da Cruz.
Basta de cristianismo genérico, ou de fim de semana, ser seguidor autêntico de Jesus resulta numa permanente conversão e configuração a Ele, pois é cristão de veras, quem assume a causa de Jesus: o seu Reino, de justiça e de paz, que prossegue o seu caminho que passa pela Cruz Salvadora, para obter, com Ele, a vitória da Páscoa.
Celebremos, com o coração aquecido por uma fé viva e testemunha, a grandiosa semana que nos faz renascer para uma vida nova. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos