Presença Mariana: 165 anos de fé e devoção a Nossa Senhora da Penha
Devoção a Nossa Senhora da Penha na Praia de Atafona, São João da Barra completa 165 anos de fé e devoção com nossa mesa diretora, que assume com os desafios da Pandemia.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Neste sábado, às 18h a nova mesa diretora da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha, em Atafona, São João da Barra (RJ), assume a coordenação do Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Penha. Com missa presidida pelo Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz. Com a missão de preservar a devoção a nossa diretoria assume em meio da Pandemia.
Uma história de fé com 165 anos na praia sanjoanense, a Venerável Irmandade tem como missão preservar a devoção a Nossa Senhora da Penha, protetora dos pescadores. A Mãe de Deus protegendo a todos moradores. Da praia de Atafona a devoção se espalha por todo a região que na festa comparecem para agradecer os milagres por intercessão da Virgem da Penha. Adyvan Pedra ressalta que a devoção surgiu no Século XIX, já com depoimentos de graças alcançadas.
– Na véspera do Natal 1857, foi criada a venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha com o intuito de erguer de frente para o mar, as margens do Rio Paraíba do Sul, um templo dedicado aquela que se tornaria padroeira da Praia de Atafona e de modo especial, de todos os pescadores que nessa praia viessem a morar. – declara Adyvan.
Uma história de Fé
O terreno para a construção do templo foi doado por Francisca de Barreto de Jesus Faria, esposa do comendador Joaquim Thomaz de Faria. O início das obras do templo se deu no ano de 1860. Quinze anos depois, em 1875 com o templo ainda em construção, teve a visita do então Imperador do Brasil, D. Pedro II em sua segunda visita a São João da Barra. O término das obras ocorreu no ano de 1881.
“Em 1879 aconteceu a primeira festa de Nossa Senhora da Penha e a partir dos anos seguintes, com a Igreja construída, a festa passou a crescer cada vez mais. No ano de 2014 a procissão de Nossa Senhora da Penha foi tombada pelo Governo do Estado como patrimônio histórico e imaterial do Estado do Rio de Janeiro.”
Finalmente a devoção estava implantada em Atafona. Fatos alarmantes aconteceram para aumentar a fé na intercessão de Nossa Senhora da Penha. Adyvan relata que em 1906 aconteceu uma grande enchente no Rio Paraíba do Sul que ameaçava as margens do templo da Virgem da Penha em Atafona. A iniciativa de aterrar o velho casco do navio Aquidabã conduzido pelos coronéis Manoel José Nunes Teixeira, Francisco Pinto da Silva e os carreiros Joaquim José Ferreira e José Meirelles, com ajuda de uma junta de bois, enxadas e pás nos fundos da igreja, na brecha aberta pela corrente do Rio Paraíba deram solução ao problema.
Adyvan recorda a dor dos moradores e devotos. Em dezembro de 1992, a imagem de Nossa Senhora da Penha foi furtada do seu altar-mor. Comunidade e devotos fizeram, na época, novenas e ladainhas em súplica pelo retorno da imagem e, em forma de luto, toalhas pretas foram colocadas no altar. A imagem foi encontrada em 26 de dezembro do mesmo ano, em um trecho da RJ-158, que liga Campos a São Fidélis, nas proximidades da antiga Usina de Santa Cruz. No mesmo dia a imagem retornou para Igreja com uma multidão de devotos que caminhou da cidade de São João da Barra ao distrito de Atafona.
Entre lutas e conquistas em 2018 a igreja foi elevada a Santuário Diocesano Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, sendo primeiro reitor o Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa, tendo Viviane Ribeiro Meireles como presidente da Irmandade. Com a fé do povo sanjoanense a festa teve projeção recebendo nos dias festivos peregrinos de várias partes do Estado do Rio de Janeiro.
– Nos oito dias de festa celebram-se várias missas, terços, ladainhas além da carreta que acontece no domingo de páscoa, a procissão fluvial que sempre é feito no domingo da festa da Divina Misericórdia e a procissão terrestre que acontece na oitava da páscoa, reunindo milhares de devotos provenientes do Estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo, entre outros que descalços percorrem com fé e devoção as principais vias públicas da Praia de Atafona em forma de gratidão por graças alcançadas durante o ano. – conclui Adyvan.