Políticas Públicas geradoras de inclusão e fraternidade.

 

Políticas Públicas geradoras de inclusão e fraternidade.

          A Campanha da Fraternidade 2019 faz abordagem do tema Fraternidade e Políticas Públicas com o lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. Sempre é bom explicitar, que esta experiência eclesial nos ajuda muito a vivenciar a Quaresma como caminho de conversão integral para a Páscoa.

        Mais, a Campanha da Fraternidade nos faz testemunhar a dimensão pública da fé que passa pela concretização das obras de misericórdia, atingindo o coração das estruturas socioeconômicas e políticas.

       A evangelização, como processo abrangente, se propõe mudar relacionamentos e práticas que não se coadunam com o Reino, por serem causas de desigualdade e exclusão dos pobres. Ainda, a temática das políticas públicas vem preencher uma lacuna na luta contra a corrupção: a falta de controle social e transparência.

      Onde a cidadania fica relegada, apenas, à prática do voto sem participação na elaboração, gestão e fiscalização de políticas públicas e da construção do Estado Social de Direito, as garantias, a proteção aos direitos sociais some.

      A Democracia entra num círculo vicioso de esvaziamento e autoritarismo quando ela deixa de ser um sistema político centrado no consenso, discussão, mobilização do povo na busca de melhores soluções e na realização dos valores mais plenamente humanos que o Ensino Social da Igreja defende e postula: bem comum, dignidade da pessoa, solidariedade, autonomia, participação e justiça social.

      Por isso, ao refletirmos e meditarmos sobre políticas públicas, não estamos secularizando ou ideologizando a Quaresma, mas trilhando o caminho e processo de uma fé encarnada, comprometida, que não foge da cruz nem da profecia, mas que almeja a fidelidade e coerência com o Projeto do Pai, que é gerar a fraternidade do Reino, trazendo mais vida para todas as pessoas e criaturas da Terra.

         Uma boa entrada nesta estrada penitencial da Quaresma, lembrando que o sacrifício que agrada a Deus é fazer justiça aos pobres, construindo com eles, e nunca sem eles, políticas públicas humanizadoras e libertadoras. Deus seja louvado!

+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano de Campos

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