Bispo de Campos presidiu cerimônia de dedicação do Santuário de Santo Amaro
A celebração contou com a participação dos fiéis e de monges beneditinos. “Uma alegria podermos estar colhendo os frutos, depois de 290 anos a Sementes do evangelho semeadas segundo a espiritualidade beneditina. Conhecido como Mauro ou Amaro, o santo da obediência”, afirmou Dom Inácio.
Ruan Sousa (Comunicação Diocese de Campos)
O Santuário de Santo Amaro, na baixada campista, promoveu uma cerimônia de dedicação, na última sexta-feira (23/12), durante a Santa Missa, presidida pelo Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco, concelebrada pelo Reitor do Santuário Pe. Liomar dos Santos, o chanceler da Cúria, Pe. Antônio Marcello, pelo Pe. Gildevan Rodrigues, e Dom Inácio Maria da Veiga, da Congregação dos Beneditinos. A celebração também contou com a participação dos diáconos Milton Siqueira e Leandro Lúcio.
Durante a reflexão Dom Roberto Francisco mencionou que a Congregação dos Beneditinos do Brasil enviou para o Mosteiro de São Bento mais monges, que irão realizar a vida de contemplação. “Uma alegria podermos estar colhendo os frutos, depois de 290 anos a Sementes do evangelho semeadas segundo a espiritualidade beneditina. Conhecido como Mauro ou Amaro, o santo da obediência. Os primeiros monges que aqui trabalharam trouxeram esse santo precioso, pois para sermos cristão de verdade é preciso a virtude da obediência. Com ela podemos chegar a patamares mais altos da vida cristã em santidade. Para nós hoje colher esses frutos é ver a vida religiosa na região, que enraizou a palavra de Deus nessas terras”, declarou Dom Inácio.
“São Pio de Pietrelcina pode nos ensinar muito bem a como acolher as pessoas no Santuário. Aqui é o lugar do essencial, onde o peregrino revive a fé católica e volta renovado”, diz Dom Roberto.
De acordo com Dom Roberto, a dedicação ganhou um significado especial pela proximidade do Natal. O rito foi composto pela aspersão da assembleia e das paredes da Igreja. O ponto alto foi composto pela prece de dedicação, que se afirma o propósito de dedicar para sempre a igreja ao Senhor e em que se implora sua bênção, quando foi realizada a deposição da relíquia de São Pio de Pietrelcina. “Alguns perguntam, mas por que não a relíquia de Santo Amaro? Primeiro, pela dificuldade devido à antiguidade. Mas neste momento acreditamos que a figura emblemática São Pio de Pietrelcina, como um santo confessor, fez um excelente ministério de acolhimento das pessoas que recorriam a ele, para casos de consciência e obter a absolvição dos pecados. Ele pode nos ensinar muito bem a como acolher as pessoas no Santuário. Aqui é o lugar do essencial, onde o peregrino revive a fé católica e volta renovado”, afirmou Dom Roberto.
“A comunidade pode esperar que estamos aqui para servir dentro dessa história que foi construída na região. Daquilo que é próprio da portaria, para nós beneditinos aquele que vem a portaria do mosteiro, o peregrino é o próprio Cristo que bate à porta do mosteiro”, afirma Dom Inácio.
Após a colocação da relíquia, aconteceu o rito de unção com o óleo do crisma, que foi derramado no altar e nas paredes da igreja. Em seguida aconteceu a incensação; o revestimento, onde se recebe e coloca a toalha no altar; e a iluminação do altar, seguida pela iluminação da igreja (acende-se as velas). Para o Pe. Liomar, com a dedicação do Santuário realizado um reconhecimento com um ato de louvor, gratidão e acolhida aos mistérios de Deus. “É um dia importante e bonito, pois estamos dedicando a Deus o que é dele. Temos um santuário para ajudar na santificação das pessoas e dedicando o nosso coração, vida e fé, a nossa oração ao eterno Deus. Hoje, com o Santo Pe. Pio a sua relíquia hoje colocada, assim como a proteção de Santo Amaro, nesta terra de milagres”, falou Pe. Liomar.
Os fiéis que acompanharam toda a cerimônia de dedicação se emocionaram. “Um momento único das nossas vidas, nunca tinha presenciado. Achei muito emocionante e importante para a nossa Igreja. Não há palavras para dizer a importância de viver esse momento”, disse a paroquiana Aitehia Carla. “Eu fiquei muito emocionada, primeira vez. Nunca tinha visto uma celebração tão bonita como essa. Estou muito emocionada”, mencionou Natália Cristina. “Emocionante, só para chorar. Quem estava ali era o meu neto. Com muito carinho eu não aguentei”, afirmou Elza Pessanha, que há mais de 40 anos serve na Igreja de Santo Amaro. “Não esperava que fosse um momento tão emocionante. Nunca tinha participado. Vai ficar marcado no meu coração para sempre”, afirmou Célia Rosa.
Desde a construção a Igreja de Santo Amaro recebe devotos de todo o Brasil. A construção é um legado dos Monges Beneditinos com três séculos de presença na região. A Igreja foi construída em 1733-36, uma capela em taipa que em 1839 já não comportava o número de devotos e já estava precisando de reformas. A antiga edificação recebeu paredes de tijolos, sendo mantida a edificação original. Em 1854 a igreja foi ampliada. “Para gente que tem uma história em Campos é uma grande alegria, participar da dedicação do Santuário de Santo Amaro. Tudo só vem a contribuir e edificar a fé do povo da baixada campista, dos devotos. Já nos aproximamos da festa do padroeiro, onde vem peregrinos não só de Campos, mas de todo o Brasil para demonstrar a fé. Então é uma grande alegria estar aqui na dedicação do altar”, declarou Dom Bernardo.
Para Dom Inácio é uma alegria estar servindo a Congregação Beneditina do Brasil, de modo especial na cidade de Campos. Segundo o sacerdote, o mosteiro é famoso dentro da Congregação, uma construção bonita, conhecida e histórica. Um patrimônio espiritual e material. “A comunidade pode esperar que estamos aqui para servir dentro dessa história que foi construída na região. Atendimento de confissões, Santas Missas, a beleza e a vivência da liturgia da Igreja e a espiritualidade beneditina, com a devoção a São Bento, bem como a direção espiritual. Daquilo que é próprio da portaria, para nós beneditinos aquele que vem a portaria do mosteiro, o peregrino é o próprio Cristo que bate à porta do mosteiro. Se podemos falar de carisma beneditino aquele que bate à porta é o Cristo, então todo aquele irmão cristão ou não, mas que forem ao mosteiro será acolhido”, finalizou Dom Inácio.