“Deus não é Deus de confusão, mas de paz”. (I Cor 14,33)

Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa –  Diocese de Campos- -RJ.

Com este conflito entre Hamas e Israel, a guerra da Rússia contra a Ucrânia perdeu o seu foco nos principais telejornais. Não podemos esquecer de conflitos que acontecem em outros continentes.  Aqui, mesmo não havendo guerras, existe a questão do narcotráfico e tráfico de armas que entram no nosso país colocando o “Poder Paralelo” mais municiado para enfrentar nossas Forças Armadas e as Polícias num todo. Estes que, são responsáveis pela segurança Nacional, dos estados e municípios.  Infelizmente vivemos “guerras” urbanas e conflitos “rurais”. Inclusive em muitas cidades do interior não é mais possível “dormir com as janelas abertas ou ficar na calçada até certas horas sentados na calçada colocando o papo em dia”. Não pretendo fazer uma abordagem histórica, mas exponho o que tenho observado. 

Tenho acompanhado os noticiários em diversos canais de TV que consideram os ataques do Hamas como TERRORISTA. Alguns destes crimes, pela legislação brasileira são considerados hediondos. Tais crimes são inafiançáveis, insuscetíveis de graça e liberdade provisória. Na proposta de paz apresentada hoje pelo Brasil, uma vez que, está na condição de presidir provisoriamente (só este mês) o Conselho de Segurança da ONU, o ataque do Hamas foi considerado terrorista, civis foram tomados como reféns. Conforme o direito internacional, que os civis sejam imediatamente libertados; que haja pausas e um corredor humanitário e que as populações locais recebessem a devida assistência.

Tal proposta foi vetada pelos EUA que mais tarde conseguiu do Egito, pela visita do Presidente Biden a abertura para o acesso de ajuda humanitária em Gaza. Preocupa-me muito enquanto muitas vítimas inocentes tornam-se vítimas de tais atrocidades, grupos e países, usando argumentos que nem sempre convincentes, mas neste caos para tirarem proveito para se projetarem e espalhar suas ideologias étnicas e políticas. Atualmente o resgate de brasileiros que desejam sair da faixa de Gaza tem total apoio pela operação “voltando em paz” para o Brasil. Países como a Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai pedem “carona” nos voos da FAB aos seus cidadãos que desejam retornar

Como católicos nunca devemos ser favoráveis a qualquer tipo de guerra, pois no final só há perdedores. Perdedores sim! Um grupo, eixo ou país(es) pode(m) vencer, mas vidas inocentes, neste conflito, os civis, sobretudo mulheres e crianças perdem suas vidas. Isto é inconcebível para nós que devemos amar ao praticar os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Marcos escreveu em seu Evangelho: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. (Cf. Mc 10, 43-44).

Quando peregrinei à Israel, em 2013, percebi haver paz entre Judeus e “Árabes”, nem todos são Palestinos ou Mulçumanos.  Nossos irmãos mais velhos, Israel, foram atacados, porém, o Hamas não representa o pensamento dos Palestinos, ainda que, infiltrados na política governamental obtiveram cargos eletivos na faixa de Gaza. Temos que esperar uma alteração geopolítica neste cenário e no mundo. Infelizmente a imagem dos Palestinos foi manchada, mas que haja um acordo de paz para estes povos irmãos viverem em paz, com dignidade e livres.

Cito o texto do Vatican News de 18/10/2023: “O Papa afirmou, ao final da Audiência Geral, que seus pensamentos estão voltados para a Palestina e Israel: “Peço aos fiéis que assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”. Diante deste cenário o Pontífice convoca um dia de jejum e oração pela paz: “na sexta-feira, 27 de outubro, convido os irmãos e irmãs das várias denominações cristãs, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os que prezam a causa da paz no mundo a participarem”.

Também na Audiência Geral do dia 24/03/2022, em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, nosso Papa disse: “Peçamos ao Senhor da vida que nos liberte desta morte da guerra. Com a guerra tudo se perde, tudo: não há vitória numa guerra, tudo é derrota. Que o Senhor envie o seu Espírito para que nos faça entender que a guerra é uma derrota da humanidade.”. Portanto, “Deus não é Deus de confusão, mas de paz”, cf. I Cor 14,33.

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