Bento XVI: o testemunho de uma vida dedicada a espalhar o Amor e a confiança em Deus

Agradeço antes de tudo ao próprio Deus, doador de todo o bem, que me deu a vida e me guiou em vários momentos de confusão; levantando-me sempre que eu começava a escorregar e me dando sempre de novo a Luz de Seu Rosto. ”  Bento XVI –  Testamento Espiritual” –  29 de agosto de 2006.

Desde a eleição até a renúncia, Bento XVI expressa com gestos e palavras um homem que soube viver o Amor e a confiança em Deus. Na eleição, o Pontífice se colocou ao Serviço da Igreja e com seus escritos deixa uma exemplar herança teológica, para a construção de um mundo com todos os desafios, numa sociedade polarizada e fortemente influenciada por ideologias contrárias a Doutrina dos Apóstolos.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

“Vi as transformações das ciências naturais desde tempos remotos e pude constatar como, ao contrário, tenham desaparecido aparentes certezas contra a Fé, demonstrando-se ser não ciência, mas interpretações filosóficas somente aparentemente incumbentes à ciência; assim como, por outro lado, é no diálogo com as ciências naturais que também a Fé aprendeu a compreender melhor o limite do alcance de suas afirmações e, portanto, a sua especificidade. São pelo menos 60 anos que acompanho o caminho da Teologia, em especial das Ciências Bíblicas, e com o subseguir-se das várias gerações”.  Bento XVI –  Testamento Espiritual” – 29 de agosto de 2006.

Falar de Bento XVI é recordar os exemplos vivenciados na condução da Igreja em tempos difíceis, marcados por ideologias contrárias ao Evangelho e a Doutrina dos Apóstolos e dos Santos Padres (Patrística). Nas Catequeses, Discursos e nas Mensagens, encontramos lições acompanhadas da vivencia pessoal, de um homem que confia sua vida a Deus, doador e dispensador de todas as Graças e Bênçãos Espirituais.

Seu Testamento Espiritual revela esse Amor e confiança, com uma palavra simples, mas de profunda espiritualidade: Gratidão, que repete inúmeras vezes, à Deus, a Família, a Pátria e a Igreja. E, num gesto de humildade, pede perdão a quem possa ter prejudicado. Permanecer firme na Fé.

– Por fim, peço humildemente: rogai por mim, para que o Senhor, apesar de todos os meus pecados e faltas, acolha-me nas Moradas Eternas. A todos aqueles a mim confiados, minha oração sincera vai dia após dia.- Bento XVI –  Testamento Espiritual”   29 de agosto de 2006

Num tempo que a Igreja precisava de pastores à exemplo do Coração de Jesus, Bento XVI é considerado o maior teólogo do Século XX, sendo comparado aos “Padres da Igreja”, cujo ensinamento formou as bases da Igreja que nasceu do Pentecostes, com a efusão do Espirito Santo na Comunidade Apostólica. Bento XVI traz lições para uma Igreja imersa num oceano de desafios e de lutas contrárias às investidas da modernidade na Vida da Igreja. Em vez de lutar contra os desafios, soube  cristianiza-los à Luz do Evangelho, nas Culturas.

“Agradeço antes de tudo ao próprio Deus, o dispensador de todo bom dom, que me doou a vida e me guiou através de vários momentos de confusão; levantando-me sempre toda vez que começava a escorregar e dando-me sempre novamente a luz da sua face. Retrospectivamente vejo e compreendo que mesmo os trechos obscuros e cansativos deste caminho foram para a minha salvação e que justamente neles Ele me guiou bem. -. Bento XVI –  Testamento espiritual” – 29 de agosto de 2006

A renúncia: um gesto de humildade diante da fragilidade humana

Em sua vida Bento XVI soube dedicar a produção teológica, que enriquece a Igreja com seus escritos carregados de espiritualidade e do depositum lidei, sendo um dos maiores teólogos.  Sua herança e o testemunho de um legado precioso para a caminhada de uma Igreja da Escuta, da Oração e de uma Espiritualidade, em tempos desafiadores.

Bento XVI soube dialogar com a Doutrina Cristã e a modernidade, usando a modernidade, e as novas tecnologias para difundir o Evangelho. E isso está 

 Fotos: Daniele Souza ( a12.com)

Visita de Bento XVI a Aparecida