Esperando alguém, que já vem, que já vem!
Esperando alguém, que já vem, que já vem!
Esta frase, pertencente à música Pedro pedreiro, mostra ou apresenta a mística essencial do Advento, a espera e a ânsia do encontro de Alguém que vem para dar um sentido pleno à nossa vida. Nessa perspectiva, podemos afirmar que a pessoa humana é perpassada pela esperança, voltada para uma tensão dinâmica entre o presente e a promessa de um futuro alvissareiro para todos/as.
O mistério cristão, que celebramos no Natal o Deus Emanuel, o Deus Conosco, que vem armar a sua tenda no meio de nós, desperta em nossos corações o desejo de amar e de acolher o novo que está nascendo, as surpresas de um Deus que não se repete, e que abre inusitados caminhos de aliança e de paz. Esperar o nascimento de Jesus implica em colocar-se a escuta dos sinais de transformações profundas e decisivas em nossa vida e na história.
O Vaticano II, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, nos convida a perscrutar os sinais dos tempos, a assinalar e indicar onde Jesus está nascendo e tornando-se presente como dom do Pai para a humanidade. Preparar-nos, para o Natal, exige-nos trilhar o caminho para Belém, a Casa do Pão, ir ao encontro solidário dos pobres. Significa viver a mística da encarnação, isto é, abraçarmos tudo aquilo que nos torna mais humanos e compassivos, recuperar um olhar mais atento ao sofrimento e aos rostos padecentes.
Mas, alegrar-nos como uma mulher grávida que sente, dentro de si, as palpitações de uma nova vida, de um recomeço, de voltar a ser um estreante da existência, reinventando nossa biografia com a graça de um Deus que nos visita. Ser capaz de sentir, com toda a Criação, o desejo de cristificar-se, encontrar em Jesus, como propunha o Pe. Teilhard de Chardin, o ponto Ômega que eleva todo o Universo.
Tempo da beleza infinita que nos envolve e nos propõe o grandioso dom da filiação divina, da fraternidade universal e da paz definitiva do Reino. Que vivamos intensamente este tempo da alegre expectativa, firmando uma esperança forte e profética. Deus seja louvado!