CORONAVIRUS: Bispo de Campos faz avaliação sobre as desigualdades sociais

As medidas que estão sendo tomadas para conter a proliferação do Covid-19 destacam cada vez mais as desigualdades sociais e o impacto sofrido pelas camadas mais pobres. Trabalhadores informais e a decadência de empresas que comecem a demissão de funcionários gerando crise econômica em todos os paises. Para o Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco é urgente a uma política governamental para ajudar a minimizar os efeitos do isolamento social, medida necessária para preservar a vida.

– Por certo as estratégias que foram arquitetadas para vencer o Coronavirus foram as mais reacionais e mais razoáveis e testadas cientificamente, mas ao mesmo tempo na aplicação já percebemos as desigualdades. Não é o mesmo de ir a um hospital de campanha que ir ao Sírio Libanês, um hospital particular e o mesmo de fazer o isolamento numa casa com todos os recursos como numa comunidade onde as famílias moram em casas com poucos quartos sem saneamento básico. – destaca Dom Roberto Francisco.

A situação alarmante num tempo de incertezas desponta para moradores de rua, que vivem as vulnerabilidades sociais, e antes invisíveis passam a apresentar à sociedade a ampliação das desigualdades sociais. Dom Roberto Francisco avalia estes problemas que são agravados neste tempo de Pandemia do Coronavirus.

– Alem dos moradores de rua, trabalhadores de ruas que são menos favorecidas e carentes de serviços sociais. Para elas enfrentar o Coronavirus é uma batalha muito maior, mais difícil. – pontua o bispo.

E esta situação já levou ao Ministro a suspender o Enem que é outro fator de desigualdades e destaca que muitos alunos estariam mais preparados por terem oportunidade de estudar em escolas particulares, uma grande parcela não teriam a mesma facilidade. E o Enem ia apresentar uma desigualdade e a Igreja precisa lutar pela equidade e justiça social.

– O Estado tem a missão de redistribuir a renda e de colocar as pessoas numa situação de paridade. Eu não diria que seria a política da pós pandemia, pois essa pandemia deve continuar, mas será a questão dos meses imediatos porque três milhões de trabalhadores ficarão sem empregos e o trabalho precário vai continuar, mas sem êxito e o sucesso a uberização e o trabalho formal sem o comercio o mercado não tem como subsistir. A solução é trabalhar as redes de proteção social, mas ao mesmo tempo mobilizar as pessoas para que através do voto e da consciência, da educação política possam se tornar protagonistas de mudanças e da criação de um Estado comunitário que cuide das pessoas, um Estado social que provilegie o trabalho sobre o capital e o social sobre o econômico, porque senão haverá outros Coronavirus que vão continuar dizimando a população dos pobres. – sentencia.

Dom Roberto conclui: “Não ao Darwinismo social. Não a eliminação dos excluídos. Teremos uma sociedade eqüitativa, inclusiva porque todos somos filhos de Deus e temos direitos de sermos tratados como pessoas humanas e termos respeitados os nossos direitos sociais. Vamos tomar consciência da nossa responsabilidade de lutar pela dignidade e inclusão de todas as pessoas para vencer o Coronavirus temos de gerar uma sociedade saudável em comunhão com a Terra e em comunhão com todas as criaturas, mas fundamentalmente em Comunhão com o Deus da Vida que deseja que todos seus filhos vivam felizes”

Texto: Ricardo Gomes (Diocese de Campos/ Regional Leste 1)

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