Dom Roberto foi entrevistado pela TV Aparecida
Programa registrou depoimentos de médicos, enfermeiros e Profissionais da Saúde no enfrentamento do Coronavirus. A medicina é missão e sacerdócio e a entrega para salvar vidas. Programa Heróis da Saúde foi exibido na noite de quinta feira (18/ 06) pela TV Aparecida.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Desafios e medos, mas a luta pela defesa da vida move a ação e o coração de médicos, enfermeiros e profissionais da Saúde que atuam na linha de frente do combate ao Coronavirus. A atividade é cheia de renuncias e o mais doloroso é o distanciamento da família. Uma atitude de cuidado e amor, mas que define a estratégia de salvar vidas. Heróis frágeis que sem asas e superpoderes, mas dotados de humanidade e de sentimentos de perda, mas de vitória a cada paciente que após o tempo de internação hospitalar sai curado.
Dom Roberto Francisco, Bispo Referencial Nacional da Pastoral da Saúde na CNBB – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil destaca a luta diária dos médicos, enfermeiros e todos profissionais envolvidos na luta diária contra um inimigo invisível que mata pessoas em todo o mundo. E avalia o sistema médico no Brasil sem estrutura a atender a demanda de infectados pelo Covid 19.
– Um dos créditos que houve em toda a classe médica foi a recuperação da vocação. È nesses momentos que o médico se descobre em toda sua valia como um sacerdócio, um cuidador e um profeta da vida e com Jesus, o médico divino nós estamos aprendendo de vocês. São o rosto do Cristo compassivo e misericordioso diante do doente, assim como as enfermeiras são o rosto de Maria Santíssima. – comenta Dom Roberto.
O Médico Infectologista Evaldo Stanislau trabalha no Hospital das Clinicas de São Paulo com 30 anos de experiência conta um pouco do trabalho de enfrentamento do Covid 19. Seu primeiro contato foi através da imprensa e logo com surgimento dos primeiros casos na China foi procurado e começou a fazer orientações e acompanhamento e entrevistas e assim que essa epidemia chegava perto do Brasil preparou respostas mudando fluxo de pronto socorro e adaptando enfermarias e criando Unidades de Terapia Intensiva para o tratamento da Covid.
– Dentro do Hospital não temos apenas doentes do Coronavirus, mas diversos tipos de doentes inclusive doentes graves e o Coronavirus tem uma letalidade muito maior com doentes que tem uma doença prévia, problemas de internação e fazem outros tratamentos e se não tivéssemos essa área tão isolada a gente poderia disseminar essa doença dentro do hospital e isso seria de uma letalidade muito maior e aumentaria os casos e de contaminação de equipes – Henrique Oliveira Mazorque – Médico.
– A nossa mudança foi estudar muito. Estudamos os protocolos de locais que estavam cuidando a mais tempo de pacientes com Covid e começamos a desenhar o nosso protocolo e a gente começa a treinar muito. Toda conversa hoje é direcionada a paciente com Covid. – Camila Oliveira – Coordenadora de Enfermagem – UTI.
– Eu há tinha situações análogas. Não como Covid e vi o começo do HIV quando estava na faculdade e como médico recém formado e a gente viu uma preparação de esforços e de medo do desconhecido e isso se repetiu muito com os primeiros casos da Covid, mas já começamos a entender e incorporar que é uma rotina que faz parte da nossa pratica a exemplo do que aconteceu com HIV e foi uma curva de aprendizado. – Evaldo Stanislau Araujo – Médico Infectologista.
Desafios
O médico infectologista Henrique Oliveira Mazorque, destaca os desafios como a falta de remédios e determinados necessários tem uma grande demanda que não se encontra necessário ao tratamento.
– Mesmo com dinheiro e não encontra o remédio. Desafios do recurso humano e no hospital que trabalho sou Diretor Clinico já estamos com a terceira Unidade de Terapia Intensiva para atendimento exclusivo a Covid e a gente não consegue médico, terapeuta, técnico de enfermagem, enfermeiro com qualificação, experiência porque estão demandados e ai e o desafio é o bem estar físico e emocional. Hoje aas equipes todas estão no limite com esgotamento físico, mental e emocional. – pontua o médico.
Dom Roberto Francisco destaca o testemunho dos agentes da Pastoral da Saúde que são médicos, enfermeiros, maqueiros e funcionários dos hospitais vêm contribuindo a estimular e testemunhar esse profissionalismo como heroísmo
– Já esta acontecendo à necessidade de contratação de enfermeiros e uma atitude que tomamos e de defendê-los e defender as reivindicações justas porque não podemos expo – los. Uma coisa é o heroísmo e outra coisa de uma forma imprudente. É um leque de atitudes e fundamentalmente um ato de amor que não pode faltar um amor irreverente e de admiração. – conclui Dom Roberto.
Foto: Antonio Rodrigues