Prevenção para além do Setembro Amarelo
No mês de Setembro a Organização Mundial da Saúde instituiu a Campanha de Combate ao Suicídio. Um problema Social que aflige toda a sociedade e as dicas do Pe. Licio de Araujo Vale para ajudar a prevenir esse mal que afeta as famílias. No entanto além da Campanha é urgente ajudar as pessoas a evitar tirar a própria vida,
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
No Mês de Setembro a Organização Mundial da Saúde instituiu a Campanha de Combate ao Suicídio. Os números são alarmantes e so no Brasil cerca de 12 mil casos de suicídio acontecem por ano. No mundo, esse número passa de um milhão. Essa triste realidade se dá, principalmente, entre os jovens entre jovens de 15 a 24 anos e a depressão é um dos motivos. Pe. Licio de Araujo Vale autor de livros, palestrante e membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio alerta as famílias que devem observar os sinais que podem levar a pessoa a tirar a própria vida.
– Três atitudes são importantes. Primeiro avaliar e ficar atento as dores da alma das pessoas próximas. As pessoas que querem atentar contra a vida dá sinais. De fala direta e mudança de comportamento A atitude de ouvir e acolher sem julgar ou condenar e encaminhar a pessoa a um serviço de saúde mental para cuidar de sua dor e fundamental que possamos cuidar da nossa saúde mental e cuidar da nossa vida. – disse.
Pe. Lício parte da experiência pessoal da morte do pai aos 13 anos. A dor deixou marcas no adolescente que passou por tratamento com Psicanalista para sanar os efeitos e atualmente se dedica a ajudar as pessoas a estarem atentas na família aos sintomas de depressão que podem levar ao suicídio. Essa triste realidade se dá, principalmente, entre os jovens entre jovens de 15 a 24 anos é um fenômeno mundial que, nos últimos anos, vem causando crescente preocupação também no Brasil. O problema é complexo e não pode ser compreendido ou explicado por um só fator.
– O fenômeno do suicídio apareceu muito cedo em minha vida. Eu sou filho de um suicida. Meu pai tirou a vida dele quando eu tinha 13 anos de idade e isso teve repercussões muito grandes na minha vida pessoal e foram trinta anos de psicanálise para elaborar o estrago emocional que o suicídio de meu pai provocou em mim. O suicídio é uma epidemia silenciosa e silenciada. 40 pessoas se matam por dia no Brasil e isso é alarmante. E para que possa ter uma ideia disso são ônibus lotados que caem numa ribanceira e morre todos. 800 mil pessoas se matam no mundo por ano, e porque não se falam do assunto? Não gostamos de falar de morte e falar de suicídio é falar de morte. As famílias não falam porque falar de suicídio e sangrar a ferida da dor da perda de um ente querido. – reflete.
E neste momento de Pandemia é um tema que deve ser debatido em todos os seguimentos da sociedade. Desde as famílias, escolas, igrejas, empresas. E esse cuidado deve ser durante todo o ano e não apenas no mês de setembro com a campanha de prevenção. Os dados são alarmantes. Tratar desse assunto neste momento em que a morte está visível é um desafio, mas que deve unir a todos com o cuidado. Ver e agir sem condenar e manifestar solidariedade as famílias que são vitimas da perda de ente queridos.
– Nos precisamos falar deste assunto e tirar o suicídio desta caixinha de assuntos tabus. Segundo a Organização Mundial de Saúde de cada 10 suicídios 99 podem ser prevenidos e hoje se fala de prevenção de suicídio e so pode fazer a prevenção com informação qualificada e sem informação a gente não faz prevenção de nada. No suicídio quanto mais tivermos acesso a informação mais podemos colaborar com a prevenção do suicídio e por isso e fundamental conhecer o assunto e falar em todos os lugares. Nas famílias, escolas, locais de trabalho, nas empresas. – destaca Pe. Lício.