A Semana da Copiosa e Admirável Redenção
A Semana da Copiosa e Admirável Redenção
É conhecida e, verdadeira, a expressão das duas semanas mais importantes da história da Salvação: a semana da Criação e a semana da Redenção. Se a primeira mostra o amor criador do Pai, a segunda transborda em revelar a profunda e inesgotável misericórdia e ternura divina, manifestada na Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, para os cristãos, os acontecimentos desta semana ficaram gravados e impressos de uma forma inesquecível e inapagável, constituindo o núcleo primordial das narrativas evangélicas. É considerada a Semana Maior e Santa, não como um adjetivo, mas como uma realidade sacramental e transcendente.
Constitui o centro e o coração do Ano Litúrgico, especialmente na sua consumação no tríduo Pascal, quando celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Salvador. Para todo cristão que se preze e respire uma fé viva, trata-se de um verdadeiro retiro e experiência mistagógica de fonte, um mergulhar na misericórdia e bondade de um Deus que nos comove e nos alcança em todo o nosso ser e condição.
Passamos do entusiasmo fervoroso do Domingo, aos sentimentos encontrados, da traição, da desistência, do medo, da compaixão para, no Sábado, com Maria, ressuscitar para o amor esperançoso que não decepciona. Saímos da penumbra da noite, da densidade das trevas, do mistério da iniquidade, para sermos iluminados na manhã luminosa do Dia que o Senhor fez para nós.
É importante, porém, fazer a Páscoa completa, o êxodo da morte para a vida, não podemos ficar, como dizia Nietzsche, com cara de sexta feira santa, mas ser, como Dom Gueranguer, o famoso liturgista insistia, um Aleluia dos pés à cabeça, vibrantes e apaixonados pela beleza e esplendor do Ressuscitado.
Cristo não morreu na Cruz e Ressuscitou para que pudéssemos apenas comer um ovinho de Páscoa, mas para que sejamos libertos, irmanados como novas criaturas, resgatados e inteiramente transformados pela vida nova do Redentor, do Cordeiro Vitorioso. Lembrar, que ser testemunhas da Páscoa do Senhor, é nossa verdadeira missão de cristãos. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos