A vocação e missão de cuidar, acompanhar e servir aos doentes.
No dia 14 de julho de 1614 morria em Roma, São Camillo de Lellis, que por sua obra, testemunho e missão entre os oprimidos pela dor e sofrimento foi considerado pela própria sociedade o Padroeiro dos enfermos, tornando esta data uma memória viva de todos os doentes e dos enfermeiros e cuidadores que os acompanham. Ainda com as marcas e sequelas da maior crise sanitária mundial, reconhecer a importância desta missão entre os doentes, é crescer em termos de civilização humanitária e vivenciar entre nós o Bom Pastor que cuida, acompanha e salva a todas as pessoas prostradas ou atingidas pelo flagelo da doença. Torna-se um verdadeiro bálsamo e uma experiência de autêntica compaixão sentirão nosso lado quem compartilha, seca nossas lágrimas e nos escuta com amor incondicional.
“Abençoadas mãos que não se cansam de socorrer, amparar e aliviar os doentes, cumprindo as exortações de São Camilo: Mais coração nas mãos, e mais justiça restaurativa nos corações”. É sem dúvida inestimável a presença e serviço misericordioso de tantos enfermeiros/as e cuidadores, que se multiplicam e desdobram no atendimento, proporcionando conforto, consolação e abrigo. Tudo isto está a mostrar a necessidade de rezar e interceder pelos cuidadores da saúde, também de cuidá-los, valorizá-los e acompanhá-los para que não se sintam sozinhos, sobrecarregados, estafados, pois precisam também do olhar e atenção humanizadora e espiritual para recuperar suas forças e a mística que impulsiona sua nobre missão. Trata-se como dizia o Papa São João Paulo II, de considerar os hospitais como santuários da vida e do cuidado, pleno integral das pessoas inserindo o acompanhamento espiritual e religioso como uma dimensão intrínseca e inseparável do processo de cura e restauração, ou mesmo de cuidados paliativos que elevem a alma e a ajudem a encontrar a luz, sentido e esperança no momento significativo e pontual da doença.
Enfim, ter sempre a certeza que teve São Camilo que estava num momento de adoração na Capela do Hospital quando vieram avisá-lo que um doente tinha piorado, rapidamente se reergueu e expressou: “Deixo o Cristo que estou adorando para servi-Lo no irmão doente”. Entender e compreender finalmente quão preciosa são para os irmãos doentes, nossa proximidade, nossa solidariedade fraterna e disponível e aprender com eles a sermos imagem do Bom Samaritano sempre atento para soerguer, amparar, e ser imagem da solicitude e ternura do Pai das misericórdias. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 16 de Julho de 2023.