Baixada Campista inicia Novenário do Santo Mártir São Sebastião
“São Sebastião nos mostra que há coisas inegociáveis, entre elas a fé”, declara Dom Roberto Francisco. A programação do novenário inclui a celebração da Santa Missa desde o dia 11 até o dia 19 de janeiro. No dia 20, várias atrações estão previstas para a Festa. “São Sebastião foi um homem de Deus, que hoje também é um grande testemunho de fé para todos nós”, afirmou Pe. Gustavo.
Ruan Sousa (Comunicação Diocese de Campos)
A Diocese de Campos começou a celebrar, nesta quarta-feira (11/01), o Novenário de São Sebastião em quatro paróquias, além de várias comunidades espalhadas pelos 17 municípios das regiões norte e noroeste fluminense. No Vicariato Norte nas cidades de Campos e São Francisco de Itabapoana, já no Vicariato Noroeste nos municípios de Aperibé e Varre-Sai. Em Campos, a Paróquia São Sebastião está localizada no distrito de mesmo nome, na baixada campista. Considerada uma das paróquias mais antigas da Diocese, que celebra 313 anos da festa, preparou uma programação especial para marcar os festejos do santo protetor dos males como epidemia, além dos males morais e espirituais.
De acordo com o pároco Pe. Gustavo Ribeiro, a festividade de São Sebastião, junto com Santo Amaro, movimenta a vida religiosa de toda a região dentro de um Circuito religioso, que envolve todas as Igrejas que estão dentro do percurso entre o Centro de Campos e o distrito de Santo Amaro. “São Sebastião é um dos Santos de grande devoção em toda a igreja e também na nossa diocese. Como uma das paróquias mais antigas, mas tanto na Baixada Campista, quanto no estado do Rio, tem uma relevância, uma devoção muito grande. A nossa paróquia é muito procurada também para as pessoas que estão realizando promessas, nos procuram vem até o presbitério. São Sebastião foi um homem de Deus, que hoje também é um grande testemunho de fé para todos nós. Seja na perseverança, na defesa do Evangelho”, afirmou Pe. Gustavo.
Segundo o sacerdote, a festividade de São Sebastião também ajuda a fomentar a economia regional. Na última segunda-feira (09/01), a Prefeitura em parceria com a CDL Campos, Sebrae e a Diocese de Campos, reforçaram a parceria para a Caminhada da Fé. Um circuito religioso que integrou a Igreja de São Sebastião ao percurso de caminhada que acontece no dia 14 de janeiro, com direção ao distrito de Santo Amaro.
“Nós temos na baixada campista Santo Amaro, um grande Santo também de devoção, uma festa muito tradicional. Nós também temos esse caminho também aqui no nosso Distrito de São Sebastião. Para que essa devoção cresça, também a fé, mas também que venha movimentar também o comércio local. Para que todos possam ter o pão de cada dia. Nesse período temos esse caminhar da fé, perseverança, um caminho de amor, onde o pão é para todos. Deus ajuda a todos”, mencionou o sacerdote.
No ano de 2010 a Igreja Matriz de São Sebastião, passou por uma análise onde foram escavados os despojos (restos mortais) da heroína Mariana Barreto, sepultada em 22 de dezembro de 1795. Os restos mortais da heroína Mariana Barreto, filha de Benta Pereira, que estavam sepultados embaixo do piso da Sala dos Dízimos da Igreja de São Sebastião, foram exumados, numa iniciativa da Prefeitura de Campos.
Os despojos recolhidos foram depositados numa pequena urna e colocada numa campa, construída no mesmo espaço da Sala dos Dízimos. Mariana Barreto de Souza era filha de Pedro Manhães Barreto e Benta Pereira de Souza. Casou-se com Jerônimo Ferreira de Azevedo. De seu casamento teve os seguintes filhos: Pedro Manoel, Ana, Maria, José, Antonio, Jerónimo e Josefa. Por ocasião do seu falecimento, só existiam os dois últimos filhos, Jerônimo e Josefa. José e Maria não chegaram a se casar.
Por outro lado, Manoel e Antônio foram casados e deixaram filhos. O mesmo aconteceu com Ana, que teve uma filha de nome Clara. Mariana Barreto era considerada na sociedade campista uma senhora abastada. A prova é que possuía muitos escravos, assim como muitas terras. Mariana Barreto, umas das lideranças das lutas contra os Assecas.
No local, que foi inaugurado em 13 de janeiro de 2011, atualmente junto a cripta está uma placa, com assinatura da então Prefeita Rosinha Garotinho, consta que, “Relíquias recuperadas pela municipalidade quando se fazem justas as homenagens póstumas a uma das mais expressivas personalidades da história do município. À Mariana e à sua mãe Benta Pereira, o reconhecimento das novas gerações. As lutas contra a tirania dos Assecas alicerçam o que possuímos hoje em termos de democracia e comprometimento com o futuro”. “Mariana Barreto teve uma grande importância para a nossa Campos. Temos feito um trabalho bem lento, simples de também fazer com que ela seja mais conhecida aqui dentro de São Sebastião. Todos os anos a gente tem essa missão, assim como ela mesmo pediu, que os sacerdotes rezassem pela sua alma. Uma mulher de fé, devota de São Sebastião, que mostra ainda hoje a importância da mulher na igreja na sociedade. O Papa Francisco também tem pedido muito nesse sentido, a força das mulheres na igreja. Uma vez que elas também testemunham muito a fé, grandes santas Mártires. Mariana Barreto que para nós também é um exemplo para toda a nossa Campos de fé, garra, perseverança e luta pela vida pelos pobres e pelas pessoas”, finalizou o sacerdote.
Para o Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco, tanto Santo Amaro, quanto São Sebastião nos ensinam hoje a ter um Cristianismo vigoroso, presente que não teme evangelizar em todos os ambientes. “São Sebastião, que é um dos padroeiros do estado do Rio, também é padroeiro de várias paróquias de nossa Diocese. São Sebastião, símbolo do objeto de consciência, do cristão corajoso que enfrenta o imperador para defender a fé, mas também os seus irmãos que estavam encarcerados por serem testemunhas de Cristo. São Sebastião nos mostra que há coisas inegociáveis, entre elas a fé, o amor a Cristo e a devoção”, finalizou Dom Roberto.