Cavalhada de Santo Amaro: dialogo entre fé e cultura

Cavalhada de Santo Amaro já nos preparativos para o espetáculo que acontece no dia 15 de janeiro em Santo Amaro e dia 19 de janeiro no Distrito de São Sebastião.  A representação da guerra entre cristãos e mouros representa o diálogo entre fé e cultura. Desde os preparativos até o momento da apresentação envolve a comunidade de Santo Amaro. Joel Rita da Costa preserva a herança familiar e recorda o pai Francisco Manuel da Costa que tinha verdadeira paixão e por décadas participou das apresentações na Festa do Padroeiro da Baixada Campista.

A Cavalhada de Santo Amaro já faz parte do patrimônio cultural e religioso da cidade. Desde sua primeira edição em 7 de outubro de 1730 no Solar do Colégio que a representação acontece no Distrito Campista e a preservação vem sendo mantida pelos moradores da Baixada Campista. Tradição familiar a Cavalhada de Santo Amaro guarda em sua história a presença e envolvimento das famílias desde a preparação até o dia do espetáculo. Detalhes que observa a escritora Gisele Gonçalves autora do livro Cavalhada de Santo Amaro – Uma tradição da Baixada Campista.

– Além dos cavaleiros, a cavalhada conta com a participação de várias pessoas da comunidade, como por exemplo, as que confeccionam as vestes. Por isso, não tem como deixar de falar da rainha da Cavalhada de Santo Amaro, conhecida como Dona Conceição. Ela por anos convencionou as vestes com muito primor. O trabalho com as vestes preserva uma riqueza de detalhes no qual emergem tradições muito peculiares da nossa Baixada Campista. – destaca Gisele Gonçalves.

Desde as primeiras horas do dia 15 Joel Rita da Costa começa a preparar para o espetáculo que acontece na arena da praça. Emoção se mistura ao compromisso de preparar todos os detalhes para o brilho do espetáculo de fé e de dialogo inter cultural e religioso. . O espetáculo une tradição e integração de gerações que lutam para manter a representação viva na memória social e coletiva.

– Fazendo parte da festa, uma tradição viva e sempre atraente é a Cavalhada de Santo Amaro. Expressa por um lado a arte eqüestre e a representação lúdica e simbólica de um passado heróico, inspirado na defesa da fé e da liberdade religiosa dos cristãos. Hoje outro contexto a necessidade de dialogo civilizatorio entre culturas, a mística e a importância dos valores da cavalaria como ideal de serviço a Deus e a Igreja e a beleza da perícia da montaria e nas evoluções das diversas tarefas e habilidades. Mostra um trabalho comunitário e de varias gerações e da integração humana e social. – destaca Dom Roberto Francisco.

– A Cavalhada de Santo Amaro é muito mais do que uma manifestação cultural que representa o povo da Baixada Campista, a memória coletiva, a cultura que se expressa nos detalhes, desde as vestes até o adestramento dos animais. É um legado passado de pai para filho, que se manifesta no dia a dia dos cavaleiros, das artesãs, das famílias envolvidas. – afirma Gisele Gonçalves.

Esta manifestação cultura  perpassa os séculos e de forma dinâmica se recria e se fortalece. A pesquisa sobre a Cavalhada possibilitou a Gisele Gonçalves conhecer a manifestação  que tem de ir para além do dia 15 de janeiro.

– Foi uma grande honra poder deixar um livro sobre esta manifestação única, tanto para o Município de Campos dos Goytacazes, quanto para o Estado do Rio de Janeiro. – destaca.

Mas a emoção vai alem da representação do espetáculo para as emoções durante toda a preparação que envolve famílias que juntas ajudam na construção da memória social e coletiva. E um legado familiar que se perpetua pelos séculos.

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