Cavalhada não será apresentada na Festa de Santo Amaro

Em três séculos de história pela primeira vez a Cavalhada não será apresentada na Festa de Santo Amaro. Espetáculo que representa o diálogo entre fé e cultura foi cancelado para evitar aglomerações na arena da praça para preservar a vida dos componentes e do público.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

Uma tradição de três séculos pela primeira vez não vai acontecer na Festa de Santo Amaro. Para a Comissão Organizadora do espetáculo que acontece no dia 15 de janeiro, a Cavalhada não terá o fim de uma tradição que marca a Festa do Padroeiro da Baixada Campista, mas o cuidado com a preservação da vida dos componentes e do público que todos os anos lotam a arena da Praça do Distrito Campista. Um tempo marcado pelo perigo da circulação do Covid 19 que tem causado mortes em todo o mundo.  Dom Roberto Francisco destacou a importância de cuidar da vida e manter a chama da tradição popular na comunidade e incentivando as novas gerações a continuarem o legado das famílias.

– Estamos num momento muito delicado com o aumento de casos de pessoas infectadas pelo Covid 199, muitas mortes e a apresentação da cavalhada poderia colocar em risco os componentes da Cavalhada e o público que todos os anos assiste ao espetáculo. Decidimos cancelar este ano a apresentação para que possamos em breve poder continuar essa tradição que vem de séculos. – enfatiza Fernando Teles, da Comissão Organizadora.

Tradição que une gerações

Miguel Henriques se orgulha de ter participado desde os 14 anos da Cavalhada e desde decidiu deixar o posto de capitão fala do orgulho de ter a certeza que essa herança de gerações continua sendo preservada em sua família. Depois de mais de 50 anos deixa essa herança ao filho Wellington Luis Pereira que assume seu lugar. Mas Miguel continua com o mesmo entusiasmo na Comissão Organizadora. Para ele essa responsabilidade é de manter essa herança cultural de sua família agora é do filho e do neto que já esta participando da apresentação.

– É uma alegria, uma emoção de saber que meu filho aceitou assumir meu lugar. Um dia percebia que não poderia continuar correndo a cavalhada e passei a Wellington o lugar de capitão e a alegria maior de ver meu neto também na cavalhada. Alegria e emoção me deixam tranqüilo de que essa tradição continua viva na minha comunidade. – conta Miguel.

Joel Rita da Costa recebeu essa herança cultural do pai Francisco Manoel da Costa e tem um de seus filhos na representação da cavalhada que é tradição no Distrito de Santo Amaro.  E essa tradição veio de seu avô Manoel Costa que era um dos grandes incentivadores do filho. Em décadas sempre estava presente no espetáculo que é apresentado na festa campista.

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