Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Fazendo ressoar, no território nacional, a Declaração para a Eliminação de todas as Formas de Intolerância e de Discriminação, baseadas na Religião ou Credo, lembrando que o Brasil é signatário também da Declaração de Durban, de 1981, celebra-se o chamado dia “Da Religião”, na data de 21 de janeiro.
Não se trata de uma efeméride inócua, haja vista que continuam depredando-se templos religiosos, queimando igrejas e quebrando imagens, como também afrontando ministros e fiéis, principalmente afro-brasileiros, católicos e judeus.
Só por informação, o dia 21 de janeiro foi escolhido porque, nesse dia (21/01/2000), morreu Mãe Gilda, vítima de desgosto pela depredação que destruíra seu templo. Os católicos desta diocese tiveram, em Aperibé, uma imagem despedaçada no asfalto. A insanidade do fanatismo, que inventa sempre “guerras santas“, que começam por atingir lugares e objetos santos, mas que termina sempre na perseguição, tortura e execução dos que recebem a pecha de hereges, deve ser denunciada e claramente combatida.
O Papa São João Paulo II afirmava, claramente, na mensagem de um Dia Mundial de Oração da Paz, a frase que se tornou lema: “Se queres Paz, defende a liberdade religiosa”. Sim, pois tanto a liberdade de consciência e a liberdade de expressão estão associadas visceralmente à liberdade religiosa.
O grandioso êxodo do Povo de Deus teve como motivação adorar o verdadeiro Deus, firmando a liberdade de culto. Quando alguém, levado por sentimentos de raiva, intolerância ou obscurantismo, depreda, joga pedras, debocha ou ridiculariza pessoas em razão do seu Credo e Religião, está ofendendo a Deus, o Deus da liberdade, que respeita profundamente nossa consciência como santuário.
A Paz é construída e alicerçada pelo diálogo ecumênico, inter-religioso e interespiritual, que revelam a bondade amorosa e misericordiosa de Deus que deseja que seus filhos e filhas e todas as criaturas, vivam em harmonia, na fraternidade universal, no reconhecimento e respeito às suas crenças, cultos e na busca sincera da verdade. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos