Fé e emoção: Festa da Coroa do Divino reúne gerações que ajudam a manter a tradição
Festa da Coroa do Divino em meio a Pandemia representa a fé e a tradição do povo e a recordação da memória do Pe. Mello pela atualização do legado dos moradores que recordam as histórias familiares. E as representações da corte com o imperador que mantêm viva a celebração ao Divino Espírito Santo.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Emoção e fé marcaram no sábado ((15/08) a Festa da Coroa do Divino na Cidade de Bom Jesus de Itabapoana (RJ) Durante nove dias os símbolos visitaram famílias e no encerramento levados a Igreja Matriz Senhor Bom Jesus. Uma tradição que representa a identidade dos moradores da cidade. A alegria de receber para o momento solene Monsenhor Leandro de Moraes Diniz, filho da terra e este ano o casal Eduardo Alves Paiva e Adriana Maria Diniz de Moraes Paiva, e o filho Gabriel Diniz Paiva, representando o Imperador.
A festa é uma oportunidade de reunir pessoas que tiveram um papel de destaque na comunidade promovendo o encontro social e cultural que reúne gerações. Mesmo com a Pandemia a tradição está sendo preservada de forma criativa com as restrições de distanciamento social e respeito as medidas das autoridades sanitárias para conter o avanço do Covid 19.
– A nossa Festa é muito rica e peculiar, tem influência de Portugal Continental, dos Açores e do Brasil. A visita das Insígnias do Divino às residências é um costume açoriano, introduzido pelo Pe. Antonio Francisco de Mello, açoriano da Ilha de São Miguel, que também introduz à Festa um Hino muito, muito antigo e tradicional na sua terra natal, que popularmente ficou conhecido como Hino da “Alva Pomba”, nada mais nada menos, o tradicional Hino açoriano do Espírito Santo. Bom Jesus, orgulhosamente, é o único local do mundo que toca e canta esse belíssimo Hino fora dos Açores e das Comunidades açoriana espalhadas pelo mundo. – relata Antônio Soares Borges.
E os testemunhos que recordam um legado familiar que continua nos jovens que deram continuidade as tradições familiares. Recordações fazem parte da vida de Orlando Batista de Oliveira Silva, 82 anos, que em 1947 foi o imperador e no ano passado a alegria do neto Daniel Baptista Lemgruber, 12 anos deu continuidade da herança familiar e preservando a tradição cultural e devocional. Para o avô emoção e para o neto orgulho de assumir o lugar antes ocupado pelo avô.
— Tive a honra de há 72 anos ter representado o imperador, ainda um garoto com 10 anos e após 50 anos eu tive a alegria de receber em minha casa os símbolos sagrados e na oportunidade de ver meu neto vestido com as roupas do imperador que me serviram a 52 anos atrás. – destaca Orlando.
Alegria e orgulho é o sentimento do neto de estar guardando o legado familiar e fala da importância da festa que representa a memória da cidade representada na festa que expressa a devoção no Divino Espírito Santo. Terá muito a contar as futuras gerações.
— Foi bem marcante em minha vida e vou contar a meus filhos e netos com a mesma empolgação como me conta meu avô com muita felicidade e agradeço muito essa oportunidade sonhada por muitos meninos de minha faixa dos 10 a 14 anos Eu e meus familiares ficamos muito felizes em receber em nossa casa os símbolos e assim como fui imperador na festa do ano passado Foi uma honra ter sido imperador como foi meu avô. – disse Daniel.
Uma história de fé. Recordar momentos marcantes na vida do universitário Vilcemar Diniz Pereira de Oliveira Junior, que este ano não pode estar na festa, mas relembra um pouco da festa que todos os anos sempre esteve presente. uma tradição que une fé e cultura e desde criança acompanha as festividades com emoção e alegria. E neste ano as festividades serão marcadas pela saudade de rever amigos e familiares.
– A Festa da Coroa a qual comemoramos em Bom Jesus do Itabapoana-RJ é uma festividade que trás muita emoção a todos nós que somos filhos daquela terra, para mim é motivo de especial alegria, sempre participei dos festejos do Padroeiro, acompanhava as procissões que são feitas levando as relíquias da coroa do divino, o centro e a bandeira para as casas de tantos devotos e preparado o ambiente para a chegada do imperador da festa. Que este ano possamos renovar nossa fé e esperança em nosso divino padroeiro, afinal, somos felizes, pois temos como protetor da cidade o Bom Jesus. – pondera Vilcemar Diniz Junior.
Pe. Mello: apostolo da fé e da cultura
Antônio Soares Borges é um grande entusiasta da festa que faz questão de acompanhar e registrar todos os momentos. Recorda fatos e a memória do desenvolvimento da tradição desde a realização no mês de maio e atualmente realizada no mês de agosto e resgata o legado deixado pelo Pe. Antônio Francisco de Mello, que chegou a cidade dia 18 de junho de 1899 e logo revelou um homem que através da fé buscava cristianizar a cultura local. E na Festa da Coroa do Divino é possível recordar fatos que são marcantes para os moradores da cidade.
Um homem empreendedor, com visão muito além de seu tempo, que realizou enormes feitos em nossa terra, dentre eles a remodelação da nossa Igreja Matriz em 1931. Ao chegar deparou com os festejos semelhantes aos que aconteciam em sua terra natal, os aprimorou acrescentando a visita as casas e introduziu o conhecido Alva Pomba ,que é o Hino oficial do Divino Espírito Santo dos Açores. Hoje na festa celebra a memória do sacerdote o que se eternizou como a tradicional Festa de Agosto . Padre Mello dedicou quase meio século de muito trabalho no município e por permissão divina foi justamente durante uma Festa de agosto precisamente no dia 13 de agosto de 1947 que ele faleceu . Seu nome está eternamente gravado na história
– A nossa Festa é muito rica e peculiar, tem influência de Portugal Continental, dos Açores e do Brasil. A visita das Insígnias do Divino às residências é um costume açoriano, introduzido pelo Pe. Antonio Francisco de Mello, açoriano da Ilha de São Miguel, que também introduz à Festa um Hino muito, muito antigo e tradicional na sua terra natal, que popularmente ficou conhecido como Hino da “Alva Pomba”, nada mais nada menos, o tradicional Hino açoriano do Espírito Santo. Bom Jesus, orgulhosamente, é o único local do mundo que toca e canta esse belíssimo Hino fora dos Açores e das Comunidades açoriana espalhadas pelo mundo. – relata Antônio Soares Borges