O namoro entre o encanto e discernimento
O namoro entre o encanto e discernimento
O mês de maio é um período de numerosos casamentos, mês das noivas, pelo que consideramos oportuna uma reflexão sobre a preparação, a vida conjugal e familiar, falando sobre o namoro. O que percebemos é a perda do encanto dos namorados, substituído por uma aceleração e precipitação de uma intimidade muitas vezes superficial e epidérmica.
Queimam-se etapas de diálogo, cortejo cordial, e aprofundamento a nível de valores, ideais, e dos sentimentos mais arraigados. O romantismo é deixado de lado por desejos de posse e de curtição que não permitem desvendar o mistério e a beleza interior do outro/a. Assim, esquecem-se de vivenciar os processos de inteligência emocional e social, necessários para tecer um projeto de vida comum que possibilite a aspiração a um noivado e posteriormente a um casamento bem sucedido e frutuoso.
Deixar-se levar pela aventura, ou por sensações passageiras, não conduz a lugar nenhum, e só podem enveredar para a crise e esvaziamento da relação. Pelo contrário, um namoro cristão, mesmo que não termine em casamento, será capaz de convalidar um aprendizado humano, e um legado de verdadeira amizade.
Quando perdemos o olhar de fascínio e reverência que nos desperta a pessoa que amamos e admiramos, não deve surpreender-nos o estranhamento, fastio e tédio com que encerram os relacionamentos conjugais. O casamento é resultado de um processo de conhecimento de um amor que espera, respeita, enobrece, valoriza e nunca perde a capacidade de encantamento e deslumbramento.
A virtude da pureza e da castidade podem, sem dúvida, ser disciplinas espirituais que ajudam a purificar e qualificar o amor, blindando-o e tornando-o preparado para dar um sim generoso, permanente, exclusivo e profundamente terno e delicado, pois reflete o amor agápico do Deus misericordioso e bondoso. Que Cristo ilumine e fortaleça os namorados no seu projeto de entrega e consagração ao amor. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos