Quaresma: Tempo de Conversão

Pe Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça

Vivendo a cada ano o tempo da Quaresma, naquela experiência de quarenta dias de preparação para a Páscoa-Ressurreição do Senhor, lembramo-nos dos quarenta anos das lutas do deserto do povo de Israel rumo à terra prometida e do outro deserto das tentações de Jesus, quando jejuou e venceu todo mal. No primeiro, o povo escolhido buscava a sua libertação plena, tendo que confiar totalmente no Deus que abrira o mar e que o curava e alimentava a cada passo. 

Confiar e caminhar: era o desafio da fé! Não se deixar convencer pelo mais fácil – o desânimo, o desespero, a escolha de outros deuses, ídolos que desviam o fiel de sua entrega, com promessas imediatistas e artificiais de saciedade e prosperidade. Continuar na obediência ao Senhor, arrepender-se das vacilações e pecados, das más escolhas. Retomar a direção da verdadeira Terra abençoada – a vontade divina. Aprender a abandonar-se em Deus, sem questionar a infinita Sabedoria salvadora! O deserto é sempre uma escola, onde temos a oportunidade de amadurecer a nossa fé, na provação, na perseverança, nas perdas, nas quedas e reerguimentos, entregando-nos à Misericórdia do Amoroso Pastor!

Por isso, as palavras fortes deste tempo são: conversão, arrependimento, penitência, purificação, perdão, renovação! 

No segundo deserto, Jesus nos ensina a fortaleza, a concentração, a resistência frente às tentações da nossa natureza humana: “…transforma esta pedra em pão!”          (buscar a saciedade e o prazer fora da missão do Reino de Deus, priorizando 

o material); “…atira-te daqui para baixo!” (deixar tudo para a Providência divina, agindo com irresponsabilidade ou se omitindo, abandonando a luta e o esforço pelo Bem e pela Vida) ; “Tudo isto te darei ,se prostrando, me adorares!”( querer o poder, traindo a verdade, deixando-se dominar pela ambição, soberba, vaidade, egoísmo, afastando-se da Igreja serva na humildade e na caridade, a exemplo de Cristo.

Aproveitemos este período propício à nossa renovação espiritual, para, com a graça e a força do Mestre, vencermos todas as sombras e fraquezas do nosso coração e nos fortalecermos com a Luz da Verdade de Deus, vencedores na Cruz do Senhor! Façamos a nossa peregrinação quaresmal, como Igreja discípula-missionária, a exemplo de Maria, a Virgem Fiel, Estrela da Evangelização, em estado permanente de missão, como comunidade eclesial solidária, numa conversão pastoral, lavando nossos pecados na doação do amor de Cristo, pela Páscoa-libertação de muitos irmãos! 

* Pe Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça – Chanceler. Assessor da Pastoral Familiar e da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo – RJ

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