Sacerdote é exemplo de compaixão e de cuidado

Pe. Gilmar Rodrigues Gomes, da Paróquia São José de Leonissa, Itaocara (RJ), Diocese de Nova Friburgo tem sido exemplo de compaixão e de cuidado com as famílias enlutadas pelo Covid 19. No território paroquial tem realizado exéquias com todo o cuidado. Após as cerimônias fúnebres nos cemitérios visita as famílias para ajudar a reelaboração do luto.

Ricardo Gomes – Jornalista

Realizar as cerimonias fúnebres de forma abreviada. Pe. Gilmar Rodrigues Gomes encontrou uma forma criativa para ajudar as famílias diante das mortes pelo Covid 19. Nos cemitérios e com rito abreviado de exéquias reúne familiares e amigos para o conforto diante do momento de dor e da impossibilidade do velório. E após as cerimonias de despedidas vai até as famílias para ouvir. Escutar e levar o conforto da oração e da Palavra de Deus.

Num momento marcado pela dor diante das mortes o sacerdote tem sido exemplo de cuidado pastoral e levando o conforto num tempo de medo e de incerteza. Ressignificar o luto e de escutar as famílias diante da fragilidade. Na festa de São José de Leonissa um gesto simples ajudava a confortar os familiares.

– Durante a Festa em nossa Paróquia convidei as famílias enlutadas para entrarem com o oratório do nosso Padroeiro durante a Missa. Foi uma experiência muito importante e libertadora. De um modo geral, todos testemunharam, que o pesar e o trauma de não poder ter velado e sepultado seus mortos, foi de alguma maneira vivido e compensado com esse simples gesto. – relata o sacerdote.

 Neste momento em que algumas palavras e expressões, como: “distanciamento”, “use máscara”, “higienize suas mãos”, se transformaram em mantras, não para alcançar a paz interior, mas como medida preventiva para preservar a vida, paradoxalmente a experiência da morte, que por si só já é dolorosa, tornou-se ainda mais aguda. 

Pe. Gilmar não esconde o medo no início, mas o dever de pastor falou mais alto e resolveu realizar as exéquias na chegada do corpo para o sepultamento. Sem descuidar com todos os cuidados sanitários reuniu as pessoas mais próximas para a oração.

– A pandemia privou-nos de estar juntos nos momentos mais sensíveis da nossa vida, na enfermidade e no momento da morte. Duas obras de misericórdia corporais bem específicas da vida cristã, que ficaram comprometidas nesse período.

– Diante dessa realidade, de não se poder velar o ente querido, percebi a necessidade de se fazer alguma coisa, mesmo que breve. Em frente ao cemitério, junto com os familiares e amigos do ente querido, realizamos o rito de Exéquias de forma abreviada. Para além disso, procuramos visitar todas as famílias enlutadas, servindo-as com nossas orações e presença. Essas orações são acompanhadas da imagem do nosso Padroeiro São José de Leonissa. É o mínimo que podemos oferecer, nesse momento de tanta a privação. Sempre digo, que das tantas coisas e pessoas que temos perdido quem não percamos a Esperança, a Fé e a Caridade. – completa Pe. Gilmar.

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