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São Sebastião, mártir da fé e da liberdade religiosa

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo  de Campos (RJ)

Um dos santos que mais influenciaram na evangelização e na piedade, popular na região Fluminense e, podemos afirmar, com certeza, no Brasil Colonial, foi São Sebastião. Foi, desde cedo, associado à galeria de santos soldados que se tornaram objetores de consciência, em razão de sua fé, que lhes impedia aderir à idolatria do culto imperial.

Lembrando, que à diferença do Império Romano, que tinha seu Altar voltado ao Deus da Guerra, os cristãos, seguidores de Cristo, mesmo integrando as fileiras do exército, se tornaram em operadores da paz, solidários com os escravos e todos os povos e nações, vivenciando a nova fraternidade fundada na reconciliação e o perdão que Cristo veio trazer ao mundo.

Hoje, tanto os irmãos militares que protegem e defendem a vida da população, fiéis a sua missão, como os defensores dos direitos humanos, em especial os que rejeitam todo tipo de atropelo e opressão contra a dignidade humana e liberdade de consciência e de profissão religiosa, têm, em São Sebastião, um exemplo de como servir a Deus, nos forma mais humanos e compassivos, empenhando-nos sempre com a paz e a justiça do Reino.

Ser cristão, na época atual, requisita coragem, integridade e fortaleza para superar as inúmeras provas de fidelidade e autenticidade a que se vê submetido o verdadeiro seguidor de Cristo. Tanto no exercício da profissão como da cidadania, nos veremos, muitas vezes como São Sebastião, convidados a queimar grãos de incenso diante de idolatrias ou ideologias que cerceiam e tolhem a consciência da pessoa e aviltam seus direitos.

O seguimento a Cristo supõe decisões, por vezes heróicas, que podem nos levar a um martírio branco de humilhação e desprezo ou chegar ao martírio vermelho do sacrifício da vida pelo bem da fé e a opção decidida por Cristo. Que São Sebastião abençoe a tantos trabalhadores e artífices da paz, nas forças armadas e da cidadania generosa de quem se empenha sempre pelo bem comum e a liberdade religiosa. Deus seja louvado!

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