Turkson: devemos nos preparar para o pós-coronavírus

Massimiliano Menichetti

www.vaticannews.va

 A Igreja se mobiliza em todo o mundo para enfrentar as consequências do coronavírus. Necessidades não apenas sanitárias, mas também econômicas e sociais projetadas para breve e longo período. Enquanto se continua a experimentar vacinas e tratamentos para o Covid-19, as previsões do Fundo Monetário Internacional indicam uma diminuição de 3% do Produto Interno Bruto mundial. O que levaria a uma situação pior que a “Grande depressão” dos anos 30. Neste cenário o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, destaca “Uma crise que pode levar a muitas outras, em um processo no qual devemos aprender a cuidar da nossa Casa Comum como nos ensina profeticamente o Papa Francisco na encíclica Laudato si’”.

Eminência, o Papa recebeu o senhor várias vezes para falar sobre a emergência Coronavírus. Qual foi a preocupação manifestada pelo Santo Padre?

O Papa manifestou sua preocupação pelo tempo presente, pela crise mundial gerada pelo Covid-19 e pelos dramáticos cenários que aparecem no horizonte. Disse-nos para não perdermos tempo, começarmos nosso trabalho imediatamente, porque somos o Dicastério de referência. Devemos agir logo. E devemos pensar imediatamente no depois. No que consiste o mandato confiado ao seu Dicastério e qual é a sua missão?

O homem de hoje redescobriu toda a sua fragilidade. Redescobriu, antes de tudo, que habitar a Terra como Casa Comum requer muito mais: requer a solidariedade no acesso ao bem da criação como “bem comum” e solidariedade na aplicação dos frutos da pesquisa e da tecnologia para tornar a nossa “Casa” mais saudável e vivível para todos. Em tudo isso o homem redescobre Deus, que confiou ao homem esta vocação à solidariedade. Redescobre o quanto o destino de cada um está ligado ao outro. Redescobre o valor das coisas que contam e o não valor de muitas coisas que considerava importantes. Como disse o Papa em 27 de março: “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”.

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