Uma das últimas fábricas de vitrais do mundo fica no Rio de Janeiro
Por Felipe Lucena
As belas combinações de cores e formas, feitas de vidro, encantam a humanidade há quase 1000 anos. E essa verdadeira arte, embora esteja por todas as partes do mundo, é feita por cada vez menos pessoas. Mas, se depender de um ateliê na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, a história vai continuar viva, reluzente e brilhante.
O ateliê é o Luidi e Gonçalves Vitrais, que fica na Rua João Torquato, 275, em Bonsucesso, é comandado por dois sócios – que treinaram mais de 30 funcionários para a produção de trabalhos que são enviados para todo o mundo.
E são muitos trabalhos. Entre restaurações estão o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Confeitaria Colombo, os palácios Laranjeiras e Pedro Ernesto, a Ilha Fiscal, e muitos outros, dentro e fora do Brasil. Criações também são feitas pelo ateliê. Todos os vitrais das Igrejas Universais espalhadas pelo mundo estão na lista de realizações de Luidi e Gonçalves. Inclusive o do templo do Rei Salomão. “Eu brinco que o Templo é de Salomão, mas a obra foi faraônica”, afirma Luidi.
Os vidros vêm do exterior e na fábrica ganham as formas necessárias para cada trabalho. Os detalhes dos desenhos são feitos a fogo, em altíssima temperatura, através de uma esmaltação especial. Engana-se quem acha que só formas mais clássicas refletem nos vitrais. Luidi diz que muitos trabalhos com conceitos modernos também são solicitados. Por essas e outras, ele acredita que sua arte é eterna. “Essa técnica de fazer vitrais existe há mais de 900 anos. Já tentaram fazer de outra forma, mas não funcionou. Então, acho que vamos continuar produzindo esses trabalhos e desta forma por muito tempo ainda”, frisa.
Felipe Lucena
Felipe Lucena é jornalista, roteirista, redator, escritor, cronista. Filho de nordestinos, nasceu e foi criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em Curicica. Sempre foi (e pretende continuar sendo) um assíduo frequentador das mais diversas regiões da Cidade do Rio de Janeiro