Crises Democráticas em Tempos de Pandemia, Fundamentalismo Religioso: Diálogos entre a  Bioética de Proteção

Marcos Aurélio Trindade

Em tempos de pandemia a sociedade global viveu e vive, momentos trágicos, dramáticos na experiência humana. Todos nós sabemos que as políticas de saúde em descaso, falta do comprometimento governamental, foram fatores sombrios para a prevenção da saúde e também a ruptura entre poderes, causada pela governamentabilidade executiva.

O panorama político brasileiro, tem enfrentado uma crise internacional epopeica, seja pela falta de credibilidade com pactos econômicos e o descumprimento com relações diplomáticas. Todavia, na expressão histórica democrática do país, e, posterior ao regime militar, nunca houve um líder, que mais desvirtuou a realidade dos fatos, que ocorreram e ocorrem em nosso País, seja pelos disparates de “Fake News” e a não valoração do poder científico em tempos de pandemia.

A tarefa para se pensar e perguntar, é: “A que ponto chegamos? Em que consistiu a ascensão de um poder executivo, partindo do certo fundamentalismo religioso?  Acreditamos na ineficácia executiva e sua galopante elevação entreguista ao populismo dentro do campo estadista, mas o que mais nos deixam cansados é na verdade “a crise de cuidados”. Tal crise, voltada pela falta de atenção a vida, discursos opulentos de ódio, inoperosidade administrativa, ignorância, crise sanitária e inverdades sobre cautelas ao meio ambiente na sua saúde em geral, levou o que chamamos de Brasil sem rumo.                                                           

 

O discurso exerce poder sobre corpos que opera no pensamento do cidadão, vale entender qual a ideia que está sendo disseminada ali. Sendo assim, podemos examinar que palavras prontas, compreendidas, como: “Barbárie e Obtusa”, emite um valor expressivo na consciência do indivíduo, nesse caso chegamos ao ponto culminante da negação humana em detrimento de defender o bem maior, melhor dizendo o sumo bem. Já se tornou evidente a corrente ideológica do bolsonarismo, sobre o enquadramento autoritário do nome: “Mito”, de fato, muitos dos seus seguidores vivem a ilusão saudosista de princípios políticos, refutados e ultrapassados, que não qualifica a dignidade humana.

Entendemos no plano transcendente da condição virtuosa humana, que, muito, fala-se de Deus, dos bons costumes, do conceito patriarcal familiar – cristão, acredita ser temente ao criador e praticante do Evangelho e seus mistérios. Mas, como podemos acreditar em um governo que espalhou descréditos, com paísessoberanos e desprezou uma cepa de hecatombes pandêmicas? A hecatombe é um termo antigo, para significar o massacre de um grande número de pessoas, vale sobrepujar, que,intencionadas pela lógica do sujeito, dominador e dominado épossível perceber o processo da alienação.

Existe uma ciência que propõe sentido à ética da vida, ela é cunhada como Bioética. Nesse caso ela possui uma ideologia concebida como“proteção”; segundo o autor Fermin Roland Scharamm, no artigo lido, como: “ ABioética da Proteção pode ser aplicada à situação do mundo globalizado na medida em que esse está, cada vez mais, afetado por uma sinergia “catastrófica”, de causas e efeitos, visto que: vivemos, daqui em diante, na sombra trazida por catástrofes futuras que, postas em sistema, provocarão, possivelmente, o desaparecimento de nossa espécie. Por isso, nossa responsabilidade é enorme, pois somos a única causa daquilo que se passa conosco. Mas ao nos persuadirmos que o bem-estar (salut) do mundo está em nossas mãos e que a humanidade deve a si mesma a obrigação de ser sua própria salvação arriscamos de precipitar cada vez mais nesta corrida para frente, neste grande movimento pânico com que se parece, cada dia mais, a história mundial”.

Em suma importância gostaria de expressar, fazendo um resgate a todo esse processo da escrita. Precisamos acreditar no ente humano, que se preocupa com a dignidade arguida pela justiça social e a alteridade. Tempos políticos seaproximam e é chegada a hora das decisões, ou seja, a quem iremos eleger.

Apelo aos irmãos que busquem a consciência crítica, pois, como acredito na potência do sumo bem, cuja da qual minha capacidade não explica, seu ato fenomênico, possuímos assim o dom da virtude, que é o amor incondicional a vida. Falar de Deus é praticar o amor na atitude enobrecedora, inserida e vivida com o povo sofredor, sentindo-se, com a dor do irmão. Pregar sobre Deus é fácil o difícil é fazer o que jesus pediu, amai ao próximo. O fundamentalismo religioso farisaico nos refletem as incertezas praticadas, pelo, “Brasil acima de tudo e Deus acima de tosos”. 

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