Carlo Acutis: do jornalismo à devoção
Queria compartilhar minha historia de devoção ao Beato Carlo Acutis. Uma experiência de devoção e de amor pelo nosso Carlinhos e seus exemplos que contagiam a todas as gerações. Um menino simples, despojado, alegre e que viveu a pureza de coração. E ao mesmo tempo percebia que mesmo num mundo de profundas desigualdades sociais, culturais e religiosas temos muitos jovens que conheci na minha caminhada na vida religiosa, muitos que podem ser configurados a Carlo Acutis na sociedade moderna com seus apelos e muitas ofertas.
Ricardo Gomes
Conheci a vida de Carlo Acutis na primeira matéria já divulgando a data de sua beatificação numa entrevista com o autor do livro Não eu, mas Deus – biografia espiritual de Carlo Acutis, Pe. Ricardo Figueiredo que me apresentou a vida desse jovem e um pouco de sua vida. Nesta matéria não me impactou tanto, mas tudo começa com a exposição do corpo em Assis. Fui tomado de uma forte emoção que me fez pensar nos exemplos desse jovem. Alegre, extrovertido que brincava com os amigos, mas mantinha a pureza de coração.
Tristeza por ver um menino que morre aos 15 anos, e o sofrimento até a morte, mas surge uma alegria e paz de ver aquele rostinho sereno de menino que parecia estar dormindo. E surgia um sentimento forte que era de um amor filial, paternal de alguém que parecia que poderia encontrar pelas ruas. E de fato, Carlinhos era muito próximo e na minha caminhada já conhecia jovens com as mesmas características. Usava calça jeans, tênis de marca, são alegres, mas com a pureza de coração. Ai parafraseando o diálogo da raposa com pequeno príncipe no clássico O Pequeno Príncipe me sinto responsável por cativar e cuidar desses jovens. Tenho de voltar para reencontrá-los no caminho para fazer conhecer a vida de nosso Carlinhos e nele se espelharem na vida cotidiana de buscar a santidade nos pequenos gestos, mas que fazem a diferença.
Desse modo surge uma amizade espiritual. Carlinhos é alguém próximo e tenho por ele um amor que se configura a um filho, um irmão, um sobrinho ou um amiguinho muito perto e como me ensina aquele dialogo preciso reconhecer e revelar esse amor não apenas com palavras. E cito Dom Bosco que os jovens precisam perceber que são amados por nós e pela igreja. Recordo a reportagem feita por mim na ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em especial o titulo: A Igreja será jovem quando os jovens forem igreja.
Mas as experiências são inúmeras e hoje preciso fazer de meu trabalho jornalístico uma missão especial dedicada a Carlinhos para fazer a conhecer esses jovens que se parecem com o nosso menino beatificado e em breve canonizado. E muitas as experiências me impactam muito. Contatos que nos fazem viver com mais força a experiência na fé e devoção ao Beato Carlo Acutis.
Nestes dias um contato que me revelou muitas coisas. Ao falar com a Luciana, mãe de Matheus o menino brasileiro que recebeu o milagre que foi comprovado e resultou na beatificação. Palavras de uma mãe carregadas de emoção e alegria e as revelações de uma devoção muito forte que une a sua família em Campo Grande no Mato Grosso do Sul à família do beato na Itália. Carlo já é uma pessoa de sua família.
E revelou que no dia do milagre perguntou ao filho Matheus o que sentia naquele momento que tocara na relíquia e a resposta que era uma alegria e que Carlinhos era seu amiguinho no céu. Em casa a emoção. Matheus estava com muita fome, e preparou um prato para o menino. E comprovou que de fato estava curado. A família foi tomada de uma forte emoção e o milagre foi comprovado. Ai a emoção de perceber realmente uma amizade que une o menino beatificado e a família brasileira.
Ouvir esses relatos me faz me comprometer nesse apostolado na imprensa dedicado ao nosso Carlinhos e colocar em seu coração as nossas lutas, nossas conquistas e a vida de tantos jovens que do mesmo modo expressam uma vida de santidade na vida cotidiana, vivendo a alegria, vestindo jeans, mas com a pureza de coração. Ao nosso beato dedico minha vida na certeza que fui escolhido por ele para realizar esse apostolado midiático, nas redes sociais, na imprensa e na vida imitando o seu exemplo. A santidade nos pequenos gestos que fazem a diferença e nos tornam mais humanos e divinos.
* Jornalista