A dimensão Pascal e transformadora do trabalho humano
A dimensão Pascal e transformadora do trabalho humano
Aproximando-nos da celebração do dia mundial do trabalho, lembrando os líderes operários de Chicago na justa luta pela jornada das oito horas, e sob as bênçãos de São José trabalhador queremos partilhar a nossa reflexão iluminados por este tempo Pascal.
Certamente não falta na realidade atual a presença da Cruz e do sofrimento, numa economia em que o trabalho não tem primazia e se converte cada vez mais em mercadoria barata e sem proteção sob os efeitos de uma programática neoliberal.
O desemprego e a precarização do trabalho junto a novas formas de semi escravidão e aliciamento de mão de obra, dão uma tônica sombria e de perspectivas muito limitadas. No entanto como afirma São João Paulo II no nº 27, da Laborem Exercens, o fruto do trabalho nos leva a parcela da “nova Terra” onde habita a justiça.
O trabalho humano continua sendo a chave da questão social e deveria contribuir para fazer avançar a inclusão, a promoção integral da pessoa humana e o bem comum social. Trata-se de reinventar novas formas de solidariedade e participação que levem ao trabalhador a recuperar não só seus direitos fundamentais (trabalho decente, salário digno, aposentadoria justa, saúde integral e moradia), mas sua autonomia e protagonismo rumo a uma sociedade mais humana e equitativa centrada numa verdadeira civilização do trabalho e da justiça.
A Páscoa de Jesus, novo êxodo de uma humanidade fraterna e reconciliada dá inspiração e força para dignificar as relações laborais, afirmando a subjetividade e reconhecimento para com a pessoa do trabalhador e abrindo espaços para sua participação criativa, pois, a política pública que trás verdadeiro desenvolvimento para uma Nação, sempre será o acesso a um trabalho digno, justo, humanizador e transcendente pelas transformações que opera na pessoa, na criação e no anúncio do Reino.
Que São José operário nos una na solidariedade e na busca de um trabalho perpassado pela luz do Ressuscitado. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos