A Pandemia do Coronavirus e os Problemas Ambientais em questão

A tragédia causada pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, a 57 quilômetros de Belo Horizonte, completa hoje (4) 11 dias de buscas.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

“Não pode desviar do direito maior: o direito à vida, somado à obrigação do Estado de garanti-lo aos seus cidadãos e cidadãs. Por isso, derrubar do trono os poderosos que promovem a morte de pessoas, florestas, rios mares e animais, em nome do lucro e da ganância, do poder, é urgente. Imperativo! Precisa ser um esforço que junte todo mundo com este objetivo. Derrubar a chapa da morte e salvar vidas pelo amor de Deus!” Magali do Nascimento Cunha

Desde o inicio deste ano, catástrofes tomaram conta do cenário mundial e ceifaram milhares de vida. A jornalista e pesquisadora em Comunicação e Religião, colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas, Magali do Nascimento Cunha ressalta a necessidade de uma avaliação da situação atual de Pandemia e os desastres ecológicos de Mariana (MG) e Brumadinho (MG), com rompimento de barragens que levou um rastro de destruição com a poluição de rios. Um crime ambiental que mudou a rotina de cidades inteiras.

– Nunca foi tão importante como este momento que a gente vive que é marcado por uma serie de situações de destruição, intempéries da realidade desse ambiente dessa casa que habitamos. Destruições muitas delas provocadas pela exploração dessa Terra que é feita pelos seres humanos, as empresas e os agentes interessados de explorar o Maximo recursos que podem gerar lucros e que interfere. No Brasil, tivemos o caso de Brumadinho e  Mariana em Minas Gerais, desastres ambientais, ou melhor crime ambiental que são cometidos com vazamentos, inundações e a ação do ser humano que explora e quer cada vez mais lucro em cima desses benefícios que a própria terra nos oferece e isso interfere na vida humana, na vida dos animais, na vida das plantas, rios, mares que são contaminados e invadidos por estas manifestações destrutivas e vem gerando desiquilíbrio do que foi feito pelo Criador para funcionar em harmonia e para que a gente possa cuidar  para que cada componente dessa Casa Comum, complemente um ao outro e a vida para que a vida seja plena. Estamos vendo acontecer o ar poluído, as águas que mal podemos consumir e tenhamos de comprar e isso interfere no cotidiano, na moradia, no trabalho. E neste ano vivemos a experiência de uma Pandemia  de um novo Coronavirus que existia com outras formulações que atingiu todo o mundo com centenas e milhares de pessoas que morrem e pessoas contaminadas e essa situação de medo que se instaurou de estar em espaço abertos, a reclusão obrigatória de isolamento social e tudo isso crêem as pessoas e estudam as pessoas ligadas a infectologia e desse problema, resultado dessa interferência evasiva do ser humano ao meio ambiente e esse Coronavirus nasce de uma interferência forte nos mares e se espalha pelo Mundo e a gente vê um vírus letal que mata como resultado desse desiquilíbrio e dessa invasão destrutiva que o ser humano vem provocando por séculos. É tempo de atitudes e de agir com as mínimas situações, seja do lixo que a gente joga na nossa casa, ou nos espaços públicos que deve ser cuidado até as coisas maiores como o controle da ação humana que deve ser regulado para que possibilitar a salvação e tenhamos um novo céu e uma nova Terra. – disse Magali.

“Além das crises sanitária e política, o país caminha para a recessão. Mas, ao contrário de outros países, aqui o g*v*rn* não tem uma agenda de medidas econômicas e sociais a ser trabalhada com o Congresso. o Brasil se isola, na condição de novo pária da comunidade internacional.” Theo Dias e Juana Kweiter.

 

Nova Friburgo – A casa de Gilson da Cunha, 68 é a única que permanece ocupada nesta rua do distrito de Conselheiro Paulino. Gilson está fazendo obras de contenção para evitar outros desastres (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Sanar a Terra e Cuidar da Vida

O momento atual é de revisão da urgência de curar a Terra e cuidar da vida. O Bispo de Campos e Referencial da Ecologia Integral da CNBB – Regional Leste 1 chama a atenção para a situação do ataque viral, que por sua letalidade coloca em colapso o sistema de saúde em todo o mundo. E ressalta que cessado os efeitos do Covid 19 é hora de repensar atitudes e a nova visão do cuidado da Casa Comum.

Primeira Conferência Mundial obre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em Estocolmo, no dia 05 de junho e 1972. Nessa Conferência, chamava-se a atenção ao tipo de desenvolvimento ideal, que deveria ser compatível com a salvaguarda da Criação, percebendo-se, já, os estragos de uma industrialização poluidora e de uma civilização consumista que levava a exaustão dos recursos da Terra, impedindo seu equilíbrio.

– Hoje, há 48 anos desta data marcante e profética, nos encontramos envolvidos por uma pandemia que coloca em cerne nossa sobrevivência no planeta. Por mais que se queira vender a versão que o coronavírus é obra de laboratório, a verdade simples, e mais coerente com o surgimento dos outros vírus e doenças que afetaram a humanidade nas últimas décadas, é que são reações e consequências da destruição do habitat de criaturas e redes de vida que nos protegiam e se tornaram ameaças pelo descontrole e destrato.

Quando perdemos a perspectiva que a Terra é um maravilhoso sistema orgânico vivo e sustentável e nos deixamos levar pela arrogância e o lucro ignóbil, destruímos os alicerces de nossa Casa Comum. Esta pandemia, que nos devolveu a humildade e a noção de estar pisando em solo sagrado, está a exigir de todos nós uma reviravolta em nosso estilo de vida, uma verdadeira conversão ecológica, ao dizer do Papa Francisco, para aprender a tratar, olhar e cuidar da Terra com amor e reverência. A Pandemia do Covid 19 tem escancarado ainda mais a desigualdade social e a possibilidade de sobreviver e não é a mesma coisa de estar em um hospital privado com todas as possibilidades de recurso com medicações mais caras e mais eficazes e as disponibilizadas nos hospitais de campanha que nem sequer estão construídos. São promessas e também as UTI dos hospitais populares estão trabalhando com pouco pessoal. – destaca Dom Roberto Francisco.

Dom Roberto Francisco salienta que a derrota do vírus tudo volta à normalidade é uma realidade enganosa, e sentencia que a normalidade era profundamente patogênica e doentia. Junto aos cuidados do distanciamento social, é importante corrigir as pegadas ecológicas e do padrão de consumo e do relacionamento com a própria vida e o planeta.

– A vitória sobre o coronavírus passa pela sanação da Terra, e tornar-se aliados do Deus da Vida, mantendo em paz a Criação e gerando a civilização da responsabilidade, da ternura e do cuidado, para com todas as pessoas e criaturas. – reflete o bispo.

 

Lutas e Projetos

– Os problemas de Meio Ambiente não estão ligados a região geográfica e precisam ser atendidos em rede e possamos dar respostas ao sofrimento do povo. E a necessidade da criação de uma rede nacional e os vários acidentes acontecendo. Ângelo José Ignácio – O Coordenador da Pastoral do Meio Ambiente da Arquidiocese do Rio de Janeiro

 

Na Cidade do Rio de Janeiro são muitas as lutas e projetos em defesa da vida e do meio ambiente. Rios e a Baia da Guanabara com altíssimos níveis de poluição e a Pastoral da Ecologia da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro nesse impasse para evitar a destruição das matas e o despejo do lixo nos mananciais. O Coordenador da Pastoral do Meio Ambiente da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Ângelo José Ignácio fala do inicio da Pastoral do Meio Ambiente em 2014. Depois surgiu a Pastoral do Meio Ambiente nas paróquias e a idéia de unir forças. Desastres Ecológicos na Serra, Angra dos Reis, as Barragens transbordando.

– Percebemos que precisava unir forças e responder a estas situações e não ficar chorando as mortes. Muitas pessoas morrendo, cidades inteiras sendo soterradas e a gente calado e surgiu a idéia de fazer um encontro que seria realizado há dois anos atrás. Não conseguimos, houve um problema e este ano acabou impedindo a gente de se encontrar e entendemos que esse sopro do Espírito Santo que precisa ser feito e deve ter uma resposta. Não podemos ficar calado, simplesmente permitindo e estamos realizando esse encontro via Redes Sociais. E Algo novo, estamos aprendendo e o que ao mesmo tempo é assustador é muito interessante conseguir reunir pessoas de todo o Brasil com os sotaques, os vários dramas e juntos construir as Pastorais Ambientais do Brasil. Partir da ação amorosa de Jesus e da preocupação com o outro. Barragens explodindo e destruindo a vida das pessoas que estão passando fome, os projetos de construção de usina nuclear no Nordeste esta serie de coisas que estão acontecendo e agora com o Coronavirus entrando nas aldeias indígenas e fazendo um show de horrores. – desabafa Ângelo.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *