Beneditinos na construção da Fé e da Civilidade em Campos dos Goytacazes
Em quatro séculos a presença Beneditina foram os monges que deram início ao processo de fé e de civilidade na Baixada Campista. Os religiosos implantaram as bases da construção da fé católica, de alavancaram todo processo de desenvolvimento da Baixada Campista.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Chegava a região em 1648, o primeiro monge beneditino, Frei Fernando trazendo na bagagem a devoção ao Patriarca dos Monges, São Bento e um de seus primeiros discípulos, Santo Amaro. Nestes quatro séculos a construção de fé representada com 36 igrejas, formando o patrimônio da igreja católica. Além das igrejas os monges deixaram como legado a educação com a construção de escola e de uma educação cristã com a devoção a Nossa Senhora.
A presença monástica nesta primeira fase foi importante no serviço pastoral. O mosteiro abrigava por décadas a Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Bento, com atendimento as comunidades, com a difusão do Evangelho e na administração dos sacramentos da iniciação a vida cristã. Marcando uma presença profética preparando as bases para a construção da Diocese de Campos
Recordações e as lembranças dos monges que deixaram marcas e pegadas na memória coletiva. Os alemães fizeram história na construção de igrejas e de escolas. Dom Bonifácio Plum trouxe a Campos dos Goytacazes a implantação da educação com a sua experiência adquirida no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, e em Baixa Grande o Colégio Santa Teresinha foi modelo de uma educação para a cidadania tendo como base os valores cristãos. Nesta escola a todos era dada oportunidade de estudar, formando geração de professores na região.
Dom Bonifácio construiu em Baixa Grande a Igreja Nossa Senhora das Graças, elevada a Paróquia. Além da construção da igreja dedicada a Nossa Senhora o monge era entusiasta pela música e pelo esporte. Na música foi um grande incentivador do canto na igreja Santo Amaro, ele mesmo ensaiava as cantoras para as missas festivas. No mesmo distrito ajudou a criar a banda de música Nova Aurora, que subsiste até hoje com a continuidade da tradição musical na comunidade. Em São Bento foi o grande incentivador do esporte criando com a comunidade o time de futebol. E gostava de assistir aos jogos à beira do campo, dando força aos jogadores. Com suas atividades pastorais somava o gosto pela cultura e pela arte musical.
As lembranças estão muito vivas na memoria do povo da Baixada Campista, que nunca esquecerá de Dom Fidélis Widmer e a construção de igrejas dedicadas a Nossa Senhora, ambas com 50 anos. Em Mussurepe a Igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima, e ai lado a Escola de Prendas Domesticas. Em Boa Vista, ainda na lembrança a Igreja de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, um grande memorial dedicado a intercessão da Mãe do Perpetuo Socorro. Estas duas igrejas revelam um homem cuja fé e devoção a Maria Santíssima é uma marca que dica para todas as duas comunidades. Fé e devoção, que se mantem viva em todas as gerações.