Comunidade Católica Alegria da Cruz: curar as feridas dos crucificados na sociedade
A Comunidade Católica Alegria da Cruz, na Diocese de Campos (RJ) tem como carisma e missão curar das feridas dos crucificados na sociedade revelando o Deus amor, e a expressão do Cristo crucificado que sofre em cada ser humano ferido. Moradores em situação de rua recebem o alimento e o agasalho nas noites frias e o calor humano de quem cuida e ama.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
“Buscamos na dimensão do próximo tocar sua dor mais profunda, dando sentido e sabor ao seu sofrimento, a fim de elevá-lo a estatura de Cristo. É levar o Evangelho através do sofrimento e mudar a concepção do que é a Cruz! À nossa amada Igreja nos entregamos em expiação e rezamos para a santificação do clero.” Jober Brito Fundador da Comunidade Católica Alegria da Cruz – Diocese de Campos
Numa sociedade marcada pela dor e pelo sofrimento e neste tempo de Pandemia com o aumento das desigualdades sociais curar as feridas do pobre que sofre pelas ruas e praças é a Missão da Comunidade Católica Alegria da Cruz, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). Sair as ruas e dar o alimento e o agasalho aos moradores em situação de rua é expressar o cuidado e o amor que Cristo revelou no alto da cruz. Esse o carisma da comunidade que surgiu para desvelar o sofredor como a carne de Cristo que continua crucificado pela sociedade. E neste período de Pandemia aumentou o número de homens, mulheres e famílias em vulnerabilidade social.
– Tocar a dor, o sofrimento, buscar o sentido e o sabor do mesmo, elevar o próximo a estatura do Cristo é a nossa realização. A Cruz que nos conduz a alegria e a vida nova. A nossa amada igreja nos entregamos em reparação e expiação e santificação do clero. – declara Jober.
“Ser Alegria da Cruz é pisar os lamaçais das urgências de hoje com os olhos fixos no Alto” Jober Brito.
Quem conta a história é o fundador. A Comunidade Católica Alegria da Cruz nasceu há 5 anos, no Pontificado do Papa Francisco e no pastoreio do Bispo diocesano Dom Roberto que também é Francisco. Dessa forma o carisma não poderia ser diferente para esse tempo do que Cuidar do Corpo de Cristo ferido e vulnerável. Além de toda espiritualidade natural da corrente de graça Renovação Carismática Católica, a Comunidade encontra no cuidado com os pobres, um dos últimos pedidos do Papa Francisco por meio do Charis, o chamado a ser resposta providencial da Igreja para este tempo.
– No movimento a essa resposta, a Comunidade consegue viver intensamente o seu carisma pelo toque do outro nas mais diversas situações de vulnerabilidade, seja num auxílio emergencial e necessário, seja na luta para a promoção total do outro à conquista da dignidade, na maioria das vezes, perdida a bastante tempo. – revela.
Um sonho e a realidade
Pe. Moisés Melo quando esteve à frente do Santuário Diocesano Eucarístico zelou pela frágil, real e Santíssima presença de Jesus na Eucaristia, e como fruto do carisma, fundou a Missão Bom Samaritano em obediência a voz do Senhor que a impulsionava a tornar o Santuário um lugar onde Jesus estivesse na Eucaristia e no pobre. Projeto este abençoado próprio Dom Roberto Francisco, afirmando que o Santuário era este lugar. A Missão Bom Samaritano permanece com um trabalho de referência na diocese com os pobres, em especial com os que vivem em situação de rua, sendo dirigida por Padre João Paulo.
Jober destaca que a missão com os irmãos de rua é dar atenção, conversar, rezar, ver as necessidades específicas que podem estar passando e tentar ajudar, corte de cabelo e barbearia, e neste tempo frio, agasalhar. E como estamos também no meio de uma pandemia, mais do que nunca, os irmãos das comunidades carentes estão passando por todas as necessidades materiais que se possa imaginar.
Hoje a Comunidade Alegria da Cruz está com uma Casa de Missão, muito necessária para criar sua identidade e acolher as vocações, mas o carisma permanece atuante, de modo muito especial no cuidado do outro, com duas obras sociais voltadas para o pobre (população em situação de rua e famílias carentes) e para as grávidas (que se encontram em situação de vulnerabilidade psíquica, emocional, espiritual e material), patenteadas de Missão São Francisco e Missão Santa Gianna respectivamente.
A Missão Santa Gianna foi oficialmente criada no dia 01 de janeiro de 2021, dia de Santa Maria Mãe de Deus, uma obra a favor da vida desde a concepção até último suspiro do homem, contra toda cultura de morte disseminada hoje no mundo. Sob o manto da Virgem Maria Mãe de Deus, ela existe em especial para ser a voz dos que não ainda não tem, e a vez dos que correm o risco de não poderem nascer ou ainda que não tem condições de viver. A Missão Santa Gianna possui 5 áreas de luta pelas mulheres e suas famílias.
E a missão nasceu da necessidade de cuidar das mulheres grávidas em situação de vulnerabilidade, ou que já tiveram neném, e permanecem vulneráveis com atendimento espiritual, psicológico, médico, de enfermagem, oficinas de beleza e trabalho e mensal pró-vida com alimentos para os pequenos, fraldas, roupas, remédios, cesta básica para a família que precisar, etc. A grande missão de salvar e cuidar das vidas que impulsiona a lutar sempre.