Dom Roberto Francisco presidiu ordenação sacerdotal sem presença de fieis

Cerimônia com presença da família religiosa, sacerdotes da Diocese de Campos e familiares. Padres realizam a missão do cuidado com os pobres numa região de periferia.

O Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz presidiu, no sábado (02/05), na Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador, em Campos, a missa de Ordenação Sacerdotal dos Diáconos Ademir Dias Mendonça e Geraldo Aguiar, da Congregação dos Irmãos Mercedários da Caridade, missionários que desenvolvem trabalho pastoral na Paróquia Menino Jesus de Praga e Imaculada Conceição, no distrito de Travessão, em Campos. A cerimônia foi realizada com a igreja fechada e numero restrito de participantes e sem a presença dos fieis que acompanharam pelas redes sociais.

Na homilia Dom Roberto destaca que a igreja mesmo diante das medidas das autoridades sanitárias de isolamento social continua aberta e com toda a missão sendo realizada com as Santas Missas sempre intercedendo por todos e implorando ao Deus da Vida pelo fim desta pandemia. E nas missas e demais atividades a presença dos fieis e a participação que acontece nas transmissões pelas redes sociais, o que representa uma igreja nas infovias e utilizando os modernos meios da tecnologia digital.

– Foi uma ordenação quase que privada, com as portas fechadas e limitada a um número muito pequeno. Isso prova que a Igreja não para, não fechou, não é uma ONG com prazos ou tempos definidos. Ao contrário é o Corpo Místico de Cristo. E ela acontece onde há pessoas, onde há comunidades, não importa o número. Jesus disse onde dois ou três estiverem reunidos aí está a Igreja. Então ordenamos e transmitimos para que todos pudessem acompanhar e rezar em comunhão com os novos sacerdotes.  Por outro lado estes irmãos Mercedários têm um carisma muito importante para este momento, que é estar com os pobres. Amor e servir os pobres, dar a vida por eles. A vida é resgate, libertá-los com a mensagem de Cristo. – afirmou Dom Roberto

Pe. Ademir Dias Mendonça inicia agradecendo a Dom Roberto Francisco pela acolhida na Diocese de Campos, aos familiares em especial aos pais dos quais receberam a semente da fé e por toda caminhada desde a juventude no tempo de dizer sim ao chamado a seguir a Cristo e a ele servir nos pobres. A todo apoio recebido do Pe. José Maria e a comunidade de fé da Paróquia Menino Jesus de Praga e Imaculada Conceição. E com sentimento de alegria e júbilo a certeza de ser fermento e exemplo para que muitos sintam o chamado e digam sim a DDeus.

– Nosso ser esta em festa e nossa alma se rejubila pela chuva de graças divinas derramadas no terreno de nossa existência. Temos a plena consciência de se chegamos até aqui que foi por bondade divina e não por mérito nosso, foi o Senhor que lançou sobre nós seu olhar de amor e nos seduziu e nos chamou e nos consagrou para o ministério santo e eterno. Aspiramos a fazer transparecer o Altar do Mundo, a Vossa Beleza de modo que muitos que pelo nosso testemunho se sintam atraídos por Vós. Uma longa caminhada percorremos até aqui. Caminhamos por caminhos nem sempre fáceis, mas sempre com a certeza de que a graça de Deus estava conosco a nos guiar e nos fortalecer. Somos religiosos Mercedários e vivemos dia após dia teu chamado em nossas vidas. Tentamos a cada dia ser tuas testemunhas na sociedade que escraviza vosso povo. Estamos sendo ordenados sacerdotes em meio a uma pandemia e nem sabemos onde iremos parar, mas co9m a firme certeza de que estamos seguindo ao pedido de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Santo Padre o Papa de sermos uma Igreja em saída onde possamos lançar as redes em águas mais profundas. Queremos levar o Cristo Para o pobre, ao marginalizado, aos indigentes, ao sofredor, aos órfãos e tantos que vivem a margem da sociedade. Repetir uma frase de Dom Pedro Casaldaliga: “Nada a possuir, nada a carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo nada matar.” Que o amor de Cristo seja bem forte dentro de nós para que possamos exalar o delicioso perfume de Jesus dentro de nós e de nossas vidas e sejamos um dia e sejamos um diferencial para o povo sedento da Palavra de Deus. Que nunca usemos o altar para manifestar o nosso sentimento, mas para evangelizar e proclamar a Palavra de Cristo Libertador de tantas cadeias e que se preciso o nosso silencio grite para toda a sociedade que é necessário mudar nossas metas, repensar nossos conceitos e servirmos ao único e verdadeiro Jesus que anunciava e denunciava a toda e qualquer injustiça e tenhamos a certeza que a caridade nunca terminará, enquanto houver um só ser abandonado, aflito e desamparado e que toda a vocação nasce de um coração aberto aos nossos irmãos e em tudo possamos ser e fazer tudo pelo bem da humanidade em Deus, por Deus e para Deus. Somos mercedários e nascemos para amar Cristo e querendo libertar, cheios de ilusões, construímos o amor na mais clara manhã que nos vá despertar. Sonhadores de vida, sonhadores de fé num mundo sem cadeias, um mundo de fé. Somos mercedários e queremos derramar vinho sempre novo a esta humanidade. Desterrar o medo e a dor, a enfermidade e chegar e levar a esperança a este mundo de solidão. – reflete Pe.  Ademir Dias Mendonça.

Texto: Ricardo Gomes (Diocese de Campos/ Regional Leste 1)

Fotos: Ruan Sousa (Diocese de Campos)

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