ELEIÇÕES MUNICIPAIS, PARTIDOS E SUAS DIRETRIZES

Ingressamos em mais um pleito eleitoral municipal. Em algumas cidades, cadeiras para a câmara de vereadores foram ampliadas. Ainda questiono a presença de poucos negros e mulheres eleitos, sendo que, mulheres candidatas vemos muitas e negros poucos. Vivemos ainda numa sociedade machista e racista?

Na “Res Pública”, ou seja, “Coisa Pública”, temos o direito e o dever de eleger os nossos representantes, sendo que, nesta eleição, prefeitos e vereadores. Você que vai votar, se o seu candidato está no governo, sabe o que ele fez? Caso seja um novo candidato, qual é a proposta que tem apresentado? Conheça as obras realizadas pelo seu prefeito, como também a postura e propostas dos vereadores para o benefício dos munícipes. 

Ainda hoje temos candidatos que aparecem só de 4 em 4 anos, montam e inauguram seus comitês, recebem os eleitores, visitam casas e comunidades, mas depois não retornam. Para nós católicos, especialmente em festas dos padroeiros, neste período eleitoral participam das missas e ficam 3 anos desaparecidos. O pior quando comungam sem serem católicos praticantes. Claro que reconheço e agradeço o apoio para as nossas festas de padroeiros, sobretudo do poder executivo, ou seja, a prefeitura através de suas secretarias. 

Sou contra as denominadas bancadas, mais evidente entre os deputados, como por exemplo a dos cristãos não católicos, que por sua vez são muito unidos, a do agro e a infelizmente bancada da “bala”. Chega de coronelismo e voto “obrigado” ou de “cabresto”. Quando o eleitor vota pela ameaça do patrão ou “padrinho eleitoral”. O voto além de secreto é livre. Tais bancadas, são mais evidentes na eleição para deputados e senadores, defendendo sempre interesses pessoais. Que fique claro, não existe bancada católica. Devemos livremente escolher em quem votar, pois através do voto podemos eleger bons candidatos para depois não precisar protestar. Aprendemos com Santo Tomás de Aquino que a política deve visar o bem comum e não interesses pessoais e de certos grupos ou bancadas. Os eleitos deverão governar para todos. 

Os cabos eleitorais podem e devem receber dinheiro pelo trabalho durante a campanha para pedirem votos, distribuíram “santinhos” e aparecerem com bandeiras, faixas como animação nos comícios. Porém tem muitos bons candidatos que ajudarão a outros pela legenda, pelo fato de não terem verba para se deslocarem inclusive para os comícios e visitar outras comunidades para apresentarem seus projetos. Pelo menos estes sem verba não correm o risco de comprar votos, o que é pecado e crime para candidato e eleitor conforme a Lei 9.840/99 de iniciativa popular e da CNBB.

Não troque ou venda seu voto por tijolos, dentadura, consulta e tratamento médico ou pela famosa “cinquentinha” etc. Já ouvi de muitos eleitores que ouviram de candidatos: “O que te dei e fiz por você foi antes da eleição”. Assim, caríssimos irmãos e irmãs, candidato que compra voto não merece nosso voto. Aconselho com muita convicção a escolher um candidato, não votar em branco, nulo ou deixar de comparecer para votar. Nestas e outras eleições não votemos por obrigação, mas com consciência, ainda que o seu candidato não vença. 

Aqui no Brasil classificam a posição política como esquerda, centro e direita. As piores são sempre as extremas, seja esquerda ou direita. Muitos candidatos me procuraram aflitos em relação às diretrizes e programas partidários. Isto porque muitas vezes pela coligação são escolhidos a estarem em partidos que noutra circunstâncias jamais votariam em tais candidatos. Eu aconselhei que se este é o caminho, na hora certa desfilie-se por justa causa, porém cuidado com a infidelidade partidária, pois não votando conforme a orientação do partido e sua liderança pode perder o mandato, assumindo em seu lugar outro da mesma legenda. O mandato para o eleitor que não sabe, pertence à legenda e não ao candidato.  

Conhecemos a famosa frase: “Voto não tem preço, tem consequência!”. Ainda sobre esta frase, irei parafrasear o que li no site da Canção Nova: Caro eleitor, você tem em suas mãos o poder para construir ou para destruir seu próprio município”. Agora cito, do mesmo site: “Seu voto poderá ser também uma bomba que destroi e arrasa com seus sonhos, travando o progresso, castigando o povo, piorando tudo; talvez enriquecendo poucos, às custas de todos. Por isso, seu voto não pode ser trocado por favor algum. Não há recompensa que possa pagar o valor do voto. Ele não tem preço”. (1)

Autor: Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa, Sacerdote da Diocese de Campos-RJ

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1 Comentário

  1. Bom dia. Tudo que está mencionado nesse documentário é a pura verdade. Devemos ser consciente na hora de votar e escolher o certo.

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