Mães: mestras da sabedoria do coração e da ternura

Num mundo muitas vezes opaco e frio onde parece despontar como sinal de eficácia e de alta resolução de problemas e desafios a Inteligência Artificial, parece-nos importante ao comemorarmos o dia das mães, lembrá-las como fonte inspiradora da Inteligência Espiritual e Emocional sem as quais não nos tornamos humanos. O Educador Augusto Cury adverte-nos do risco da intoxicação digital, criador de novas adições e dependências, da condição de mendigos e analfabetos emocionais e de reféns da exposição midiática. Falta-nos reaprender a vida afetiva, o lado direito do cérebro, a capacidade sentipensante (conhecimento compassivo e amoroso) de gerenciar relacionamentos saudáveis, equilibrados e fraternos. Por isso, a proximidade e presença de mães que nos acompanhem nesta mentoria da sabedoria do coração, que Pascal chamava espírito de fineza, de empatia e de acolhida das pessoas, são cada vez mais necessárias.

Hoje, sabemos de tudo e de nada, somos como um banco de dados super carregados, que sabemos o preço e talvez a utilidade das coisas; mas não seu verdadeiro valor e sentido. Nossas conversas são apenas solilóquios isto é exposição muitas vezes narcísica de como vivemos. Torna-se urgente e primordial a educação e formação de nossos sentimentos, da capacidade de olhar e respeitar a alteridade, de sermos iniciados na aventura fascinante da amizade, da partilha, da compaixão. E se há alguém que pode nos ajudar a desenvolver esta vida interior que desabrochará na vida social aberta ao dom e a reciprocidade de amar, são as mães. Elas como sinal vivo da misericórdia e ternura divinas, nos amam por primeiro, ou como diz o Papa Francisco nos “primeireiam” no afeto, na doação de si, no sacrifício generoso apresentando-nos a alegria de viver e conviver servindo e entregando-se sem reservas a seus filhos/as.

No seu colo e amparo percebemos que somos amados pelo que somos, não pela nossa inteligência, produção ou habilidades, que somos dons preciosos para elas e para os outros, e que existem coisas como o amor de uma mãe que o dinheiro nunca poderá comprar. Que Maria Santíssima proteja, ilumine e fortaleça sempre as nossas mães para que nunca nos falte seu regaço, sua palavra e sua bênção. Deus seja louvado!

+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano

Campos dos Goytacazes, 12 de maio de 2024

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