Martírio e caminho de santidade

Um adolescente que sofre o martírio é um caminho de santidade. José Luiz Sanchez Del Rio é exemplo para os jovens. Seu testemunho de fé vivido até o momento do martírio é sinal para os tempos modernos. José Sánchez Del Rio, adolescente de 14 anos, mártir de Cristo Rei, durante a perseguição religiosa no México. Suas ultimas palavras antes de ser fuzilado: “Nos vemos no Céu. Viva Cristo Rei! Viva sua mãe, a Virgem de Guadalupe!.” No dia 16 de outubro de 2016, o Papa Francisco canonizou o menino São José Luis Sánchez Del Río, o padroeiro dos adolescentes mexicanos.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

José Sánchez Del Río, adolescente de 14 anos, mártir de Cristo Rei, durante a perseguição religiosa no México é exemplo para os jovens nos tempos modernos. Aos 14 anos de idade sofreu perseguição e foi  martirizado passou por tortura antes de ser fuzilado. Com a pele dos pés arrancada foi obrigado a caminhar até o local onde foi esfaqueado e fuzilado. José Sánchez Del Río, nascido em Sahuayo no dia 28 de março de 1913, foi martirizado em 10 de fevereiro de 1928. Del Río, o padroeiro dos adolescentes mexicanos

A fé superando o medo e a coragem

A lição de Jose Sanches Del Rio é a coragem de um garoto que conviveu com uma das piores perseguições a Igreja Católica no México na ocasião o presidente Plutarco Calles, iniciou perseguição contra padres, religiosos e fiéis leigos que demonstrassem qualquer sinal da fé católica. Sua prisão foi um ato de heroísmo. E as palavras a mãe demonstram um gesto de fé e certeza de que receberia a coroa do martírio.

– Minha querida mãe, fui feito prisioneiro em combate neste dia. Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faça a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última vez e receba pela última vez o coração do teu filho que tanto te quer e tanto desejava ver-te antes de morrer. – carta enviada a mãe.

Pe. Ricardo Figueiredo, autor do livro Nunca foi tão fácil ganhar o céu! Biografia espiritual de São José Sánchez del Rio, lançado recentemente em Portugal pela Editora Paulus destaca a lição do adolescente que apresenta como a fé deve ser levada a sério. Os momentos de perseguição, como qualquer momento de crise, leva a que as motivações mais profundas sejam postas à prova.  Na biografia busca descrever a vida interior do jovem santo mártir.

– Precisamente porque vivemos num tempo em que o indiferentismo religioso se tornou uma tendência geral, os cristãos devem olhar o exemplo dos mártires como um apelo a serem fiéis e corajosos no meio de uma sociedade que colocou Deus de parte. Mas reparemos que o indiferentismo não é próprio apenas do campo religioso: vivemos uma sociedade cada vez mais individualista e isso leva a que também no campo político, social, cultural, entre tantos outros, não aconteça um envolvimento pelo bem comum. Vivemos num tempo individualista e o único bem que conta para a maioria das pessoas é o bem pessoal, o bem individual. Os mártires mostram como devemos entregar a vida ao serviço de todos. Isso mesmo viveu São José Sánchez del Río: ele percebeu que a perseguição religiosa era fruto também de problemas políticos e culturais. Ao ser fiel até ao fim, percebeu que estava a entregar a sua vida também pelo bem comum da sua nação. – avalia Pe. Ricardo.

Pe. Ricardo Figueiredo destaca que a idéia é que o martírio é algo do passado e a sociedade moderna não percebe o martírio como expressão de fé e adesão ao Cristo. E a todos cristãos o martírio é a certeza de que a Ressurreição de Cristo e caminho para santidade.

– Por vezes pensamos que o martírio é algo do passado. Mas a nossa sociedade vive, como recentemente afirmou o Papa emérito Bento XVI, com o dogma anti-cristão. O que é próprio do Cristianismo é visto como suspeito, espúrio e algo a ser combatido. E a sociedade julga agir bem quando persegue os cristãos, quando ridiculariza aqueles que são os princípios da fé cristã e quando os cristãos são coagidos a esconder o que pensam, o que acreditam, o que rezam, o que molda a sua vida. Assim, também hoje somos chamados a ser mártires. No entanto, o martírio não é outra coisa que viver a partir da Ressurreição. Quem acredita com firmeza na Ressurreição de Jesus e que cada um dos cristãos é chamado a viver para a Ressurreição, sabe que nada tem a temer. Deste modo, o martírio é caminho de santidade porque é uma forma de viver em plenitude o batismo que nos tornou filhos de Deus. Se somos filhos de Deus, então vivemos essa relação com Deus em plenitude. – avalia o padre.

Pe. Ricardo Figueiredo ressalta a vida interior de São João Del Rio a partir de três pilares. E inicia com o Batismo, o amor a Jesus Eucarístico e a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe. Um exemplo para os jovens na sociedade moderna e neste tempo de Pandemia.

– Procuro descrever a vida interior do jovem santo mártir. Foco três aspectos – podem dizer-se, os três pilares – da sua vida espiritual: em primeiro lugar, o Batismo como a forma fundamental da vida cristã, profundamente ligada ao martírio. Em segundo lugar, São José era movido profundamente pelo amor a Jesus Cristo na Eucaristia: sabia perfeitamente que a Eucaristia é o alimento que fortalece e que o impelia a unir-se a Jesus na Sua Cruz, através do martírio. Em terceiro lugar, a devoção à Virgem Maria, no seu título de Senhora de Guadalupe, onde o rosto materno de Nossa Senhora se expressa de forma muito especial como apoio, conforto, companhia. – conclui.

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