‘Monsenhor Devellard serviu à Igreja com alegria durante todo o sacerdócio, até o último dia de vida’
Sacerdotes, paroquianos, familiares e amigos estiveram na Paróquia Ressurreição, em Copacabana, para rezar pelo descanso junto de Deus de monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, durante a missa de corpo presente, presidida pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, no início da noite do dia 15 de setembro, dedicado à memória de Nossa Senhora das Dores.
Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro
No dia anterior, 14 de setembro, monsenhor Devellard preparava-se para presidir a missa em ação de graças pelos 47 anos de vida sacerdotal, quando sentiu-se mal e foi levado ao hospital. Ele sofreu um enfarto e, aos 75 anos de idade, não resistiu.
“É uma dor muito grande para a comunidade que vê o pároco de tantos anos retornar para a casa do Pai de maneira tão inesperada, depois de completar, 47 anos de sacerdócio. Um momento difícil, no qual nós comungamos da mesma dor de todos que aqui vem para agradecer pela vida e a missão do monsenhor Devellard. Queremos acompanhá-lo com nossas orações, como aqueles que acreditam que a vida não terminou, mas que continua na eternidade”, ressaltou o arcebispo, durante a missa, na qual, ao lado de seu corpo, havia uma estátua de Nossa Senhora das Dores.
Dom Orani recordou, ainda, a missão realizada pelo monsenhor Devellard ao longo dos anos de serviço à Igreja no Rio. “Na Arquidiocese do Rio, ele serviu à Igreja com alegria durante todo o sacerdócio, até o último dia de vida. Temos muito a dizer de sua formação intelectual, acadêmica, tanto teológica como civil, além de toda a sua preocupação para com a questão das artes sacras, patrimônios culturais e ecológicos”, disse.
O arcebispo também reforçou aspectos que levavam monsenhor Devellard a cumprir, com alegria e simplicidade, a missão dada por Deus. “Creio que nesta celebração, a chegada de seu corpo em sua paróquia querida, se reveste de um caráter mais familiar. É a família de fé que se reúne em torno daquele que, durante 34 anos, levou adiante a missão nesta paróquia. Agora é o momento de a família se reunir: paroquianos, parentes e amigos. Ele se distinguiu em sua paternidade espiritual, como bem faz parte da vida do padre. Creio que essa preocupação com os sacerdotes, a paternidade para com os paroquianos, o zelo pelas crianças compõem a história dele, inteiramente entregue ao Senhor. Além disso, a sua paternidade se fez também diante das várias circunstâncias da arquidiocese que tinha ao seu lado alguém em âmbito acadêmico muito formado, de visão aguçada da realidade e com um trabalho importante na formação de novos sacerdotes, com as aulas ministradas no seminário”, frisou.
Dom Orani salientou que “hoje somos nós que agradecemos a Deus por tê-lo conhecido. Ao mesmo tempo em que há o sofrimento, o que é natural para nós, por outro lado, também entregamos a nossa vida ao Senhor. Celebramos hoje a memória de Nossa Senhora das Dores e temos certeza de que, ao concluir sua caminhada no mundo, monsenhor Devellard também nos diz para que, assim como ele confiou e entregou sua vida a Deus, pelas mãos de Maria, também nós façamos o mesmo. Que sejamos um povo que, mesmo na dor, permanece firme, de pé. Creio que, dessa forma, não estaremos só o homenageando, mas também correspondendo aos dons que recebemos de Deus”, pontuou.
Por fim, Dom Orani engradeceu o rosto jovem refletido na alegria que monsenhor Devellard tinha pela vida e pelo sacerdócio. “Eu o conheci nos últimos 10 anos, e com ele celebrei e cheguei a subir escadas até a comunidade do Pavão-Pavãozinho. Estive aqui na paróquia por várias vezes, principalmente nas festas de Natal com as crianças da catequese. Mas tenho a impressão de que, durante toda a sua vida, ele sempre foi esse ‘jovem’ animado, vibrando com a vocação sacerdotal. Por isso, não aparentava a idade que tinha. Era alguém com o coração jovem, tanto na vida como na vocação. Que Deus o acolha em seu Reino e que ele seja um sinal para todos nós”, finalizou o arcebispo, convidando a todos para as próximas celebrações, que será concluída no dia seguinte, 16 de setembro, às 10h, com a missa de exéquias, seguida de sepultamento, na Quadra dos Padres no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.
Monsenhor Devellard foi meu professor de Arte Sacra, no Seminário São José, no Rio Comprido/RJ. Um dos melhores.
Agradeço a Deus, pela vida dele, por ter contribuído com a minha formação cristã/sacerdotal.
Que Deus acolha a alma dele, em Sua Infinita Misericórdia, nas Moradas Eternas!
Deus seja louvado sempre!
Obrigado.
Diác. Adelino.