O amor e a ternura do Crucificado nos dão a vida!
O amor e a ternura do Crucificado nos dão a vida!
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor, primeiro dia do Tríduo Pascal, é um forte momento de reflexão e serena esperança. Dia de adoração do lenho sagrado que, como a árvore da vida, fez nascer a comunidade Igreja do lado aberto do Crucificado.
Fazer memória deste dia, não nos deve levar a um dolorismo, ou a sentimentos periféricos, mas, sim, a compreender e inserir-nos no drama da salvação, confirmando nossa opção por Cristo. Com a contemplação joanina da Paixão, proclamada neste dia, temos diante de nós a realeza da verdade, o juízo do sacerdote pastor, que vem reunir a humanidade no seu Reino de misericórdia.
Percebemos que o caminho do calvário é ascensional e revela a compaixão redentora de um Deus que morre para nos dar vida plena. As lamentações entoadas neste ofício nos instigam à reparação e a dar-nos conta do terrível preço do pecado. Como nos doem as palavras zombadoras dos trocistas ao pé da Cruz, dos passantes, das autoridades, e do maleante revoltado ao lado do Senhor, no entanto, também hoje, parece acontecer em certas manifestações da cultura, um desrespeito e um ódio profanador à imagem de Cristo.
Não podemos esquecer, na oração universal de intercessão por todas as nações, povos, a solidariedade com milhares de crucificados, já seja por seguirem a fé cristã, ou por serem despojados totalmente da sua dignidade humana: explorados, traficados e condenados à fome e à morte.
Que a Santa Cruz nos encoraje a sermos mais coerentes, determinados, e fiéis no seguimento de Jesus, testemunhas firmes do seu Reino, que não vacilem em entregar-se pelos pobres e imitando o cordeiro manso e humilde, tornando-se, assim, sinais de resgate e libertação. Que, neste dia, sejamos cada vez mais apaixonados por Cristo, lembrando, como dizia São Paulo: “Ele morreu por mim!” Concluímos, afirmando com São Paulo da Cruz: “A paixão de Cristo é a obra mais maravilhosa e estupenda do amor de Deus!” Louvor e Glória a Ti Senhor!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campo