Santuário Redentorista promove reunião para formação da Pastoral Afro brasileira
Reunião nesta sexta feira as 20h no Salão Padre Gabriel Reitor Pe. Luis Carlos de Carvalho vai iniciar a formação da mais nova pastoral no Santuário e traçar as linhas de ação.
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Num momento de desigualdades sociais e de intolerância religiosa em Campos contra casas de culto das religiões de matriz africana o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está iniciando a formação da Pastoral afro – brasileira. Na primeira reunião que acontece nesta sexta feira inicia a formação dos agentes que iniciam as atividades que são voltadas a defesa da dignidade dos afrodescendentes que são vitimas de preconceito e violência.
A criação da Pastoral Afro – brasileira no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é uma resposta aos anseios de seus agentes pastorais negros, que em nome de sua fé, buscam contribuir com a igreja com ações voltadas concretamente para a população negra do município, propondo a integração da Dimensão Social a Dimensão Ecumênica e o Diálogo Inter-religioso.
Salvadora Maria Ribeiro de Souza destaca a necessidade da igreja se lançar em defesa dos negros e o pressuposto alimentado pelo racismo de que os negros são pessoas sem capacidade, sem força de vontade. Na realidade são reféns da herança de exclusão social e preconceito decorrente do passado histórico de 400 anos de trabalho escravo no Brasil, e do atual quadro econômico, social e político brasileiro, marcado por perversa desigualdade confirmada pelos índices de renda, educação, saúde e ocupação.
A ideologia racista inculcada nas pessoas e nas instituições vem produzindo ao longo do tempo e na sucessão das gerações, processos de exclusão e subalternização dos negros, que se realizam por práticas discriminatórias explícitas ou veladas.
– Diante desse cenário de discriminação racial, marginalização, extrema pobreza, violência contra as mulheres e juventude negra, das freqüentes situações de intolerância religiosa e violência contra as religiões de matrizes africana e seus símbolos, a Pastoral Afro-brasileira, em Campos, pretende desempenhar o papel de identificar e elencar as iniciativas dos vários grupos, em prol da população negra, da juventude negra, de resgate e de políticas afirmativas que existem na Igreja no Brasil. Convém que os jovens sejam estimulados a assumir, cada um, o seu papel de principais agentes de transformação de suas realidades. Importa entenderem que a discriminação histórica, introduzida em nossa cultura e valores, tem que ser erradicada, que a questão racial tem que ser discutida e enfrentada. – assevera Salvadora.
No ano passado o Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz manifestou repudio aos ataques contra as casas de culto de religiões de matriz africana e defende a liberdade de culto, Para o bispo a criação da Pastoral Afro brasileira no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro representa um avanço na defesa da vida e dignidade da população negra que continua sofrendo preconceito e violência e a igreja precisa ser porta voz dessa importante causa social.
– Nos alegramos muito com o santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a criação da Pastoral Afro brasileira que não é só importante para a inculturação da fé para assumir os rostos, mas para sair ao encontro da defesa dos direitos humanos dessa população tão sofrida e discriminada e a lutar pelo direito a associação dos quilombos reconhecidos, sua cultura, espiritualidade e o direito de ser negro na igreja, porque Deus os criou assim e cada etnia , cada raça e cada grupo longe de ser algo que nos atemoriza e vai nos enriquecer e tornar mais católico o rosto da igreja é sem duvida um banquete, uma assembléia na mais completa diversidade de cultura,povos e nações. – reflete Dom Roberto Francisco.
Realmente temos que ser mas ativos, em combanter a discriminação.