Tradição e fé: aspectos culturais da festa do Santíssimo Salvador

Rafaela Machado (Diretora do Arquivo Público Waldir Pinto de Carvalho)

A festa do Santíssimo Salvador é, tradicionalmente, um marco na cultura campista. Celebração de fé, mas também da história que caracteriza a formação dos Campos dos Goytacazes desde os seus primeiros anos, a festa é, ainda hoje, a representação no presente das continuidades que a história permite, mesmo diante de tantas transformações – aceleradas pela globalização. Dessa forma, revivemos e damos continuidades a uma tradição iniciada ainda no período colonial, quando a vila de São

Salvador era o centro da capitania da Paraíba do Sul.

Erguida em plena Praça Quatro Jornadas no ano de 1745, a igreja que hoje vemos foi levantada depois que a primeira – construída onde atualmente está a Igreja de São Francisco -, já não apresentava mais condições de abrigar a matriz. Essa primeira construção, uma rústica igrejinha formada por paredes de entulho e teto de palha, passou à condição de Matriz com a criação da Vila de São Salvador pelo segundo Visconde de Asseca, em 29 de maio de 1677, mas já aparece mencionada nos documentos da Câmara Municipal desde 1652, ano em que foram eleitos os vereadores para a primeira Câmara local.

Desde a criação da igreja em homenagem a São Salvador, à criação da Praça no século XIX, a festa segue como símbolo que caracteriza, historicamente, a fé e a cultura presentes na sociedade campista. Elemento passível de preservação, posto o seu caráter

de registro da cultura imaterial e das tradições locais, a festa do Santíssimo Salvador é um dos elementos basilares que caracteriza o ser campista.

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