Bispo de Campos abençoa fiéis e devotos no Caminho de Santo Amaro

“Caminhar é necessário para encontrar o verdadeiro sentido, que sempre será Cristo, a verdadeira esperança”, afirma o Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco.

Ruan Sousa (Comunicação Diocese de Campos)

Os fiéis e devotos de Santo Amaro, padroeiro da baixada campista, participaram na noite desta terça-feira (14/01), da peregrinação do Caminho de Santo Amaro. A caminhada tradicionalmente acontece na noite do dia 14 de janeiro. O Santuário preparou uma programação especial com a celebração da Santa Missa a cada duas horas, para acolher a chegada dos peregrinos. Na madrugada desta quarta-feira (15/01), estão previstas Missas desde a 01h em horários ímpares até às 19h. As Missas serão realizadas 01h, 03h, 05h, 07h, 09h, 11h, 13h, 15h, 17h e 19h.

O Bispo Diocesano de Campos Dom Roberto Francisco Ferrrerìa Paz, presidiu a Santa Missa, na Igreja de Santo Amaro, no bairro de Donana, após a celebração abençoou os fiéis peregrinos. A Missa marcou a abertura do Caminho de Santo Amaro, que é um percurso popular que abrange 40 quilômetros do Centro até o distrito, que fica na baixada campista. A caminhada é uma romaria em sinal de agradecimento às graças alcançadas por intermédio do santo.

O casal Letícia Baltazar e Daniel participam pela segunda vez da caminhada e agradecem o dom da vida e as graças recebidas. “No ano passado eu fui caminhando, ele foi de bicicleta, e esse ano a gente está caminhando e correndo juntos. E para gente é um momento de benção e paz. Reza antes de ir, reza durante, e reza quando chegar lá, é uma bênção participar da Missa. Eu acho que é um jeito muito legal de começar o ano, é sempre um momento de muita paz, muitas alegrias, muitas bênçãos”, declara Letícia.

Um grupo de fiéis da Paróquia Santa Maria, que fica no distrito de Santa Maria, na zona norte de Campos, também participou do percurso. Os devotos estavam acompanhados do administrador paroquial Pe. Alci de Andrade, que enfatizou a necessidade da peregrinação neste ano de 2025, quando a Igreja celebra o Jubileu da Esperança. “É uma sensação muito forte, a fé que se faz sentir no nosso peito, no coração, a gente percebe nas pessoas também essa expressão de fé, a presença de Deus através da inserção dos seus santos. Sobretudo aqui no caso de Santo Amaro, que é tão querido aqui na nossa baixada. Uma experiência nova para eles também, para alguns, alguns daqui já vieram, outros não, é a primeira vez”, disse o Pe. Alci.

“Admiro a esses caminhos. Que anos após anos passam por aqui. Por eu não ter condições de caminhar até a baixada, nós nos propusemos a pagar essa promessa. Há mais de 15 anos que nós fazemos essa doação. Nós mesmos compramos, é uma iniciativa nossa. Desde a época do meu marido, que hoje não está mais aqui, começamos e continuamos até quando Deus permitir”, declara a aposentada Mirela Alves Barbosa, que distribui água e guaraná aos peregrinos.

A caminhada contou com quatro pontos de apoio, montados pela secretaria de turismo, sendo o primeiro no Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRV), no Parque Tropical, o segundo em Mineiros, depois em Baixa Grande e o último próximo à chegada de Santo Amaro.  “O turismo religioso em si já é um pilar do turismo muito importante no desenvolvimento socioeconômico de todas as regiões. Campos é uma cidade privilegiada porque a gente tem aqui no nosso território um verdadeiro patrimônio da igreja católica, só que o Caminho de Santo Amaro é um caminho guardião de 22 igrejas, pelo menos 20 delas são coloniais. Fazem parte do patrimônio, então o caminho conta uma história e essa história contada por esse caminho é um roteiro turístico que hoje atrai através da profissão de fé, atrai muitos fiéis além dos munícipes, além de turistas, pessoas de fora do município e até de fora do estado. Hoje, através do caminho de Santo Amaro, dessa profissão de fé, de uma tradição de 292 anos, o Brasil tem a oportunidade de conhecer Campos”, declarou a secretária de turismo Patrícia Cordeiro.

O Caminho de Santo Amaro traduz a mística beneditina do perdão e da reconciliação, e refaz os caminhos trilhados pelos monges verdadeiros construtores da presença da igreja em toda a região. Chegaram em 1648 e deixaram um legado de construção de igrejas e da presença evangelizadora nos primórdios da civilização. “O caminhar é o que nos torna humanos, porque é a posição de erguidos, como Jesus Ressuscitado, que nos faz ir para o outro, ir para Deus, ir para o mundo. E com Santo Amaro temos a proposta de sermos missionários da esperança, perdão e reconciliação. Tudo isso é o caminho de Santo Amaro, um caminho de fé que transforma por inteiro a vida das pessoas. E, por isso, todos se sentem atraídos, porque é muito mais que um caminhar, é uma jornada espiritual, diria um retiro caminhando. E outros caminhos, como o Caminho de Santiago, como o Caminho da Fé, Nossa Senhora das Dores, a Nossa Senhora Aparecida, o Caminho de Anchieta, o Caminho das Missões Jesuíticas, todos esses caminhos nos confrontam com a transcendência, com o sentido da vida”, diz Dom Roberto.

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