Bispo de Campos fala sobre a vivência do carnaval pelo cristão

“Os cristãos, somos os anjos protetores, os responsáveis pela vida dos outros. Nós, os cristãos, sabemos que há fraquezas, fragilidades, e devemos conduzir bem os nossos irmãos. Podemos até abster-nos de beber para conduzir os nossos irmãos a suas casas. Enfim, podemos fazer uma série de serviços, aqueles que não têm noção dos limites, mas nós estaremos lá com um olhar fraterno, um olhar de quem cuida e que sente alegria ao cuidar da vida. Divertir-se também com uma legítima alegria cristã. Que saibamos alegrar-nos, porque Cristo sempre será chamado a alegria dos homens e de todas as mulheres”, declara Dom Roberto.

Ruan Sousa (Comunicação Diocese de Campos)

Foto: Antônio Filho

Nos dias de feriado do carnaval, a várias comunidades da Diocese de Campos irão promover os tradicionais retiros espirituais, oferecendo uma alternativa de vivência religiosa e momentos de reflexão para aqueles que desejam fugir da agitação carnavalesca. Muitas pastorais e movimentos eclesiais, novas comunidades e as paróquias se mobilizam para realizar um tipo de Carnaval cristão, nos quais está igualmente presente a alegria, em retiros, estudos, encontros, adoração ou outras experiências espirituais. Na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro IPS, em Campos, um Retiro de Carnaval aberto, neste ano com o tema “Eu venho depressa: Maranathá, vem Senhor Jesus”. Durante os dias do encontro as pessoas poderão participar da Santa Missa, pregações, animação, louvor, adoração e dinâmicas. O encontro tem o valor de R$ 100, para quem deseja participar todos os dias, e de R$ 30 para apenas um dia. “Será apenas para ajudar no custo com o café da manhã, almoço, lanche da tarde dos dias dos encontros. O evento é aberto, quem não puder todos os dias, pode participar de um ou dois encontros. Uma oportunidade para a oração”, enfatizou o pároco Pe. Antônio Marcello.

A palavra “Carnaval” parece ter origem cristã e significa “adeus, carne”. O Carnaval, cuja data é fixada para antes do início da Quaresma, marcava o início do tempo em que era proibido comer carne. Assim, antes de começar o jejum, as pessoas aproveitavam para saciar seus apetites. O Carnaval tem suas origens nas festas e cultos da Grécia Antiga, em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Nessas festas, as pessoas se divertiam e chegavam ao exagero da embriaguez. Em Roma, essas festas eram também muito comuns, onde homenageia o deus romano do vinho, chamado Baco.

Vivenciar o Carnaval de modo equilibrado exige convicção de fé e maturidade humana, pois os ambientes carnavalescos, infelizmente, podem nos apresentar muitas situações de pecado. Segundo o Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco, é possível viver o carnaval à luz da fé, da caminhada cristã. “É bom lembrar que já na Bíblia existia a Festa dos Purins, o livro da Rainha Ester, que era a festa da libertação, justamente diante do projeto de extermínio dos nossos irmãos judeus. Era um carnaval. Também a própria palavra carnaval significa, um dos seus significados etimológicos é o carnaval. Era um tempo de, também, diante da austeridade, o chamado à conversão e à santidade, o momento de viver a alegria cristã. Nós fomos criados por Deus para a comunhão, o amor e a alegria de desfrutar da terra. Em todo o caso, é o momento justamente de festejar a alegria de sermos pessoas, de vivermos a humanidade”, disse Dom Roberto.

Dom Roberto enfatizou que o carnaval é uma festa popular, mas que tem exageros. Ainda de acordo com Dom Roberto, até São Carlos Borromeu publicou uma pastoral sobre os abusos e a reforma de costumes diante desses abusos. “O abuso não tira o uso correto que fazemos da alegria, da diversão legitimamente considerada. Não há nada de mal em pular. O fundamental ao viver o carnaval é que seja a alegria cristã, a alegria que nasce e brota de dentro, não a alegria do vício, exagero e especialmente a alegria, que pode colocar, uma alegria efêmera que pode colocar em risco a nossa vida”, finalizou Dom Roberto.

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