Cavalhada: espetáculo volta acontecer na Festa de Santo Amaro e todos se uniram pedindo a intercessão do santo pelo fim da Pandemia

Com o avanço na vacinação a Cavalhada voltou a acontecer no dia 15 de janeiro na Festa de Santo Amaro no Município de Campos dos Goytacazes (RJ). A tradição de quase três séculos teve todos os protocolos sanitários, e cavaleiros entraram na arena usando máscaras. E este ano o Monge Beneditino, Dom Bernardo Queiroz acolheu a todos com preces pelo fim da Pandemia.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

Fotos e Vídeos: Maykon Carvalho

Em Campos dos Goytacazes, a Festa de Santo Amaro a Cavalhada volta a acontecer na arena na praça. Cavaleiros usando máscaras e na preparação o Monge Beneditino, Dom Bernardo Queiroz acolheu os participantes na preparação para o espetáculo com preces e orações pelo fim da Pandemia e recordou que a tradição na festa foi um legado dos religiosos e recorda os primórdios da presença monástica. Ao chegar ao local uma parada para homenagens a Maria da Conceição Ramos, 94 anos que por décadas ajudou a manter o legado cultural e religioso.

A presença do religioso recorda a chegada dos monges em 1648 que ateinicio do século XIX o cavalo era o meio de transporte usado para se deslocar do mosteiro na localidade de Mussurepe até as igrejas que foram construídas. Em Santo Amaro, onde foi implantada a devoção no santo que no inicio da Ordem Beneditina foi um dos primeiros discípulos de São Bento, em Subiaco na Itália e em seguida fundando em Glanfeuil, onde veio a falecer em idade avançada no dia 15 de janeiro de 567,

– Foi um momento para agradecer a Santo Amaro por este ano a cavalhada voltar a acontecer. E Santo Amaro foi lembrado por ser uma devoção da Ordem Beneditina e ser um santo invocado nas horas mais difíceis. E os monges quando chegaram a Campos usavam o cavalo para chegar as comunidades onde construíram as igrejas, implantando a fé católica e evangelizando os povos nativos. E com uma alegria pude ver de perto essa tradição cultural e religiosa.

Este ano seguindo os organizadores o espetáculo teve de respeitar as medidas da Defesa Sanitária Municipal para conter o avanço do Covid 19 e as novas variantes. Todo cuidado foi observado durante o espetáculo. Na comunidade o sentimento era de alegria e ao mesmo tempo de homenagens as vítimas do vírus que perderam suas vidas no ano passado. Um dos organizadores, Fernando Teles recordava o irmão Jorge da Silva Teles e pessoas ligadas a igreja. Os irmãos Caetano e Bonifácio Branco Pereira. 

Cultura e Fé se abraçam num espetáculo equestre

Está cavalhada de Santo Amaro é muito mais do que uma manifestação cultural que representa o povo da Baixada Campista, a memória coletiva, a cultura que se expressa. É um legado passado de pai para filho, que se manifesta no dia a dia dos cavalheiros, das artesãs, das famílias envolvidas.  A cavalhada é uma tradição viva e sempre atraente. Expressa por um lado a arte e a representação lúdica e simbólica de um passado heroico, inspirado na defesa da Fé e da liberdade religiosa dos cristãos. Dom Bernardo Queiroz – Monge Beneditino.

A tradição equestre em Campos dos Goytacazes está presente desde os tempos de colonização da região e nestes tempos o cavalo era o único meio de transporte. Desde as crianças até os mais velhos o cavalo é usado no lazer e no trabalho. E esta tradição foi trazida para a festa de Santo Amaro com a cavalhada e a Cavalgada com uma história de 10 anos. Este foi o segundo ano que teve de ser cancelada.

Nos participantes a emoção se misturava a alegria e dor por milhares de mortes em todo o Brasil. No ano passado com o vírus ceifando vidas a apresentação foi cancelada e todos se uniram em oração para que este ano fosse possível a apresentação na festa que está na sua 289ª edição. E no ano passado foi a primeira vez que o espetáculo não aconteceu.

A Cavalhada é um legado que une essa tradição a fé e devoção a Santo Amaro. E foi num cavalo que Joel Rita da Costa sofreu um acidente que impossibilitou de estar na apresentação deste ano. Mas a alegria foi o filhoWanderson da Silva Cista, 24 anos, que assumiu no seu lugar. Joel revela que foi a fé em Santo Amaro que ajudou a lutar e vencer com sal saúde restabelecida. Teve de passar por uma cirurgia para corrigir o braço quebrado na queda.

Na ocasião Miguel Henriques que desde os 14 anos participa da cavalhada e Fernando Teles, um dos organizadores declararam a preocupação com as vidas diante do avanço da Pandemia. Era necessário preservar as vidas e em todos uma prece a Santo Amaro. O santo morreu na França depois de uma peste que também levou à morte muitos de seus monges.

– Eu tenho um grande orgulho quando eu visto esse uniforme. Comecei a cavalhada aqui quando eu tinha 14 anos e me aposentei como cavaleiro há quatro, quando passei meu lugar para o meu filho. A cavalhada é tudo na minha vida e, mesmo fora dela hoje, ela ainda está dentro de mim. No ano passado ficamos tristes, mas este ano conseguimos realizar a nossa cavalhada. – conta Miguel.

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